"A mais recente publicação do relatório Riscos e Conflitos, do Observatório de Cibersegurança mostra que o volume de incidentes de cibersegurança em Portugal quase duplicou no ano passado, revelando picos coincidentes com os meses de maior confinamento de pessoas e, por conseguinte, de maior recurso ao teletrabalho", disse Lino Santos, durante a sessão de abertura do evento "C Days - Ciber Segurança 2021", que decorre entre hoje e quarta-feira na Alfândega do Porto.
Dos principais cibercrimes identificados em 2020, Lino Santos destacou o 'phishing' (técnica de crime cibernético que usa fraude, truque ou engano para manipular as pessoas e obter informações confidenciais), o 'smishing' (todo tipo de phishing que envolve uma mensagem de texto), "infeções por 'malware'" (qualquer tipo de 'software' informático com intenção maliciosa), 'ransomware' (forma emergente de 'malware' que bloqueia o utilizador fora dos seus ficheiros ou do seu dispositivo e depois exige um pagamento online anónimo para restaurar o acesso), entre outros tipos de fraude ou burla, como as ciberameaças mais relevantes.
Em declarações à agência Lusa à margem do evento C Days - Cibersegurança 2021", Lino Santos avançou que os incidentes de cibersegurança que quase duplicaram de 20202 face a 2019, continuam com uma tendência de crescimento este ano.
"A tendência de crescimento que identificámos em 2020, mantém-se em 2021", declarou Lino Santos, observando que os "dois fatores" que contribuíram para o aumento de cibercrimes prende-se com a "maior dependência das tecnologias" da população, o "teletrabalho e a diluição da fronteira ou do perímetro de segurança, que normalmente tínhamos nas nossas organizações", bem como a utilização muitas vezes de "dispositivos pessoais, num contexto de trabalho".
Por outro lado, acrescentou Lino Santos, o CNCS e sua equipa de resposta a cibercrimes começa a ser cada vez mais conhecido e, portanto, é "natural" se tenha um "maior conhecimento dos incidentes que efetivamente ocorrem".
Segundo o coordenador do CNCS, para poder identificar, proteger, responder e recuperar das ciberameaças é necessária uma "atenção redobrada, quer na sensibilização, quer na forte aposta na criação de competências de pessoas e organizações".
Lino Santos defendeu que tal como para o caso da covid-19, também na área da cibersegurança é preciso "alcançar a imunidade de grupo" e tornar "naturais os comportamentos e atitudes de cibersegurança" entre a população.
"Precisamos de definir como meta ambiciosa o tornar essas competências inatas no maior número de pessoas possível", defendeu, acrescentando que mote do C Days 2021 é "naturalizar competências".
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