Relatório da D3 tenta explicar "fracasso total" da app Stayaway Covid
Coordenador do relatório enaltece a necessidade de os proponentes da app divulgarem as suas conclusões sobre a app de forma a evitar situações semelhantes no futuro.
© Getty Images
Tech Covid-19
Foi há cerca de um ano que o governo lançou a Stayaway Covid, uma app criada especificamente para ajudar a rastrear casos de Covid-19 no nosso país. Apesar do apoio do governo, o ciclo de vida da app ficou marcado por diversos problemas e desconfiança da opinião pública.
Agora, a Associação D3 - Defesa dos Direitos Digitais lançou um relatório que procura saber o que correu mal no desenvolvimento, sendo este o “resultado de mais de um ano de trabalho a reunir estudos, dados e notas de imprensa”.
A D3 nota que a app ficou marcada por uma série de “falhas técnicas” e destaca uma “falha de segurança grave nos dispositivos Android” que dava acesso indevido aos dados pessoais dos utilizadores. Diz a associação que esta falha este presente em grande parte do ciclo de vida da Stayaway Covid e alerta que não há “nota de qualquer auditoria ou investigação por parte do Governo ou outra autoridade”.
O relatório da associação para a Defesa dos Direitos Digitais indica ainda que as gigantes tecnológicas - nomeadamente a Google ou a Apple - procuraram substituir os Estados na criação de uma medida de saúde pública. “Este é um precedente preocupante na medida que constitui uma efetiva privatização de uma parte importante dos esforços de combate à pandemia”, afirma a D3 nas conclusões presentes neste relatório.
A D3 nota também que a medida do governo de tornar a app obrigatória não teve o resultado esperado junto da população, seguindo-se assim um declínio na adoção da Sayaway Covid.
“É fundamental debatermos o que se passou. A experiência Stayaway foi um fracasso total da abordagem tecno-deslumbrada que exalta as apps e as ‘soluções inovadoras’, desprezando as pessoas, a legislação e qualquer contributo por parte de outra área que não a técnica, como as ciências sociais”, afirma o vice-presidente da D3 e coordenador do relatório Ricardo Lafuente.
Por fim, o relatório dá conta da necessidade de os proponentes da app divulgarem as respetivas conclusões sobre esta experiência “para que futuros esforços semelhantes possam ser melhor informados”.
Leia Também: Google adia regresso aos escritórios para 2022
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com