Este anúncio é uma rara boa notícia para o grupo que está a viver um dos seus piores escândalos de reputação.
O conglomerado das redes sociais está a ser acusado por uma ex-dirigente, várias organizações não-governamentais e numerosas autoridades de privilegiar desde há anos os lucros em detrimento da segurança e da saúde dos utilizadores.
De julho a setembro, a Facebook teve um volume de negócios de 29 mil milhões de dólares, abaixo das expectativas dos analistas, que esperavam mais 500 milhões.
Não obstante, o título valorizava cerca de quatro por cento nas transações eletrónicas feitas depois do encerramento da sessão bolsista em Wall Street.
"Fizemos bons progressos este trimestre e a nossa comunidade continua a crescer", declarou Mark Zuckerberg, seu fundador, acionista e dirigente, citado no comunicado dos resultados, divulgado hoje.
As suas duas redes, com a Instagram, e os serviços de mensagens (WhatsApp e Messenger) são utilizadas diariamente por 2,8 mil milhões de pessoas, mais 11% do que há um ano, e 3,58 mil milhões pelo menos uma vez por mês, mais 12%.
Esta atratividade sossega os investidores bolsistas, uma vez que veem com atenção se as plataformas continuam a atrair pessoas, e, portanto, anunciantes.
A Facebook detém 23,7% do mercado publicitário digital mundial em 2021, segundo o gabinete eMarketer, logo a seguir à Google, que lidera com 28,6%.
Os analistas estão também a acompanhar o potencial impacto negativo da última atualização do sistema de exploração do iPhone, que dá mais controlo aos utilizadores sobre os seus dados confidenciais, o que complica a tarefa às redes sociais em termos de medida de eficácia.
A Snap, 'holding' da Snapchat, apresentou resultados dececionantes na semana passada, por causa desta mudança, que fizeram cair a sua ação e arrastaram então também o papel da Facebook.
Mas, por enquanto, os lucros da Facebook têm o aspeto de serem "tão bons quanto esperado", reagiu Debra Aho Williamson, da eMarketer.
Porém, esta analista salientou que a Facebook está a enfrentar "um dilúvio de cobertura mediática negativa", a qual, contudo, ainda não teve consequências financeiras negativas.
Desde há mais de um mês que a comunicação social divulga artigos baseados nos designados "Papéis da Facebook" ('Facebook Papers'), milhares de documentos internos entregues ao regulador bolsista dos EUA (SEC, na sigla em inglês), por Frances Haugen, uma antiga engenheira do grupo californiano.
Em causa está o facto de este conglomerado das redes sociais conhecer os problemas -- como conteúdos tóxicos na Instagram para adolescentes, desinformação na Facebook que ataca a democracia, entre outros -, mas ter preferido ignorá-los, com a intenção de proteger os seus lucros.
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