Os sons de Marte, que chegaram à Terra como "uma rajada de vento", foram divulgados pela agência espacial norte-americana (NASA) em 22 de fevereiro, quatro dias depois de o veículo robotizado de seis rodas ter aterrado na cratera Jezero, onde se pensa que terá havido há milhares de milhões de anos um lago e, portanto, condições para a existência de vida tal como se conhece.
O veículo, preparado para explorar com "perseverança" o solo marciano, recolheu em setembro, após uma tentativa falhada, as duas primeiras amostras de rocha, que poderão ter origem vulcânica, indiciando um "ambiente potencialmente habitável" em Marte no passado.
Não foi a primeira vez que os Estados Unidos enviaram um robô para o "planeta vermelho", mas foi a primeira vez que uma missão robótica aterrou em Marte para recolher amostras de rocha e poeira e enviá-las, numa outra missão, dentro de dez anos, para estudo na Terra.
O propósito é procurar sinais de vida microbiana passada em Marte para desbravar terreno para a exploração humana futura do planeta.
Junto com o Perseverance seguiu o engenho voador Ingenuity, um helicóptero robótico que permitiu testar, pela primeira vez, um voo noutro planeta.
A China, que rivaliza com os Estados Unidos também na exploração do espaço, conseguiu colocar pela primeira vez um robô em Marte em 15 de maio, depois de a sonda que o transportava ter ficado na órbita do planeta em 10 de fevereiro e captado imagens durante três meses.
A sonda, de nome Tianwen-1, e o veículo robótico Zhurong, deus do fogo na mitologia chinesa, pousaram numa vasta planície no hemisfério norte do planeta, chamada Utopia Planitia.
A missão dos chineses em Marte, o planeta do fogo como lhe chamam devido à sua cor avermelhada, propunha-se durante três meses analisar o solo e a atmosfera, recolher imagens, cartografar a superfície e procurar vestígios de vida antiga.
Na menos arrojada das três missões espaciais que chegaram este ano a Marte, mas numa estreia bem-sucedida para um país árabe, a sonda Amal foi colocada em 09 de fevereiro na órbita do planeta, de onde captou um dia depois a imagem do vulcão extinto Olympus Mons.
A "Amal", que significa esperança em árabe, está equipada com instrumentos para monitorizar a atmosfera marciana.
Sem robôs em Marte, os Emirados Árabes Unidos têm, no entanto, a esperança de colonizar o planeta dentro de... 100 anos.
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