"O Square Kilometre Array (SKA) permitirá que a astronomia inicie uma viagem científica muito mais profunda do que a que fez até aqui: com a construção das duas maiores redes de radiotelescópios algumas vez vistas, a recolha de dados será muito superior à existente", apontou, em comunicado, a Agência Espacial Portuguesa (Portugal Space).
Para o funcionamento dessas redes, instaladas na África do Sul e na Austrália, será utilizado 'software' e soluções informáticas com a contribuição das empresas portuguesas Atlar e Critical Software, bem como da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), que venceram concursos para contratos que "perfazem 3,1 milhões de euros".
Estas empresas e a faculdade, que foram selecionadas num concurso organizado, em Portugal, pelo Observatório SKA (SKAO), vão assim participar no desenvolvimento de infraestruturas base para todo o 'software' de funcionamento, incluindo serviços de análise, codificação, testes, validação, lançamento e documentação de 'software'.
"Portugal é um parceiro de longa data no projeto SKA e para o desenvolvimento do seu 'software' e soluções informáticas associadas", apontou, citado no documento, o gestor de projetos de 'software' do SKAO, Maurizio Miccolis.
Este responsável do SKAO disse ainda esperar que a colaboração com Portugal continue, nomeadamente, no desenvolvimento e transferência das tecnologias de plataformas de computação, "absolutamente necessárias para os supercomputadores do SKAO e muito procuradas por todo o mundo".
A Critical Software já tinha trabalhado com o SKA em 2016, estando agora encarregue de participar na plataforma de desenvolvimento de aplicações, tendo um contrato de cerca de 345.000 euros.
Por sua vez, a FCUP, já está envolvida no projeto desde 2014, nomeadamente, nas fases de desenho e pré-construção do SKAO.
A faculdade, que recebeu um contrato de 980.000 euros, vai trabalhar, sobretudo, no 'software Defined Infrastructure', criando máquinas virtuais em "plataformas de supercomputação", monitorizando o seu desempenho e desenvolvendo ferramentas para que as equipas possam correr os seus códigos "de forma segura e eficiente".
Já a 'startup' (empresa com rápido potencial de crescimento económico) Atlar, sediada na Pampilhosa da Serra, tem um contrato de 1,8 milhões de euros, ficando encarregue de desenvolver o 'software' de gestão e operação das antenas do SKA e de controlo de monitorização do correlator digital.
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