'The Boys' regressou e falámos com Erin Moriarty sobre a nova temporada
Conversámos com a atriz - que representa a super-heroína Starlight - sobre a terceira temporada de 'The Boys', um dos grandes exclusivos do Prime Video da Amazon.
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É esta sexta-feira, dia 3, que os fãs de 'The Boys' podem começar a assistir à terceira temporada da série, uma adaptação da aclamada banda desenhada da autoria de Eric Kripke.
A série volta a focar-se nos super-heróis agenciados pela corrupta Vought International e no grupo de 'ativistas' que procura desvendar os crimes da empresa e os perigos que estes indivíduos com super-poderes representam para a sociedade. A atriz Erin Moriarty, que representa Annie January, representa uma destas super-heroínas - Starlight - desde a primeira temporada e volta ao papel numa altura em que 'The Boys' é mais popular do que nunca.
O Notícias ao Minuto teve a oportunidade de falar (por videochamada) com Erin Moriarty sobre o regresso da série e sobre a evolução da personagem ao longo das últimas duas temporadas.
Sim, penso que a série fica cada vez mais louca
Como é que olhas para esta nova temporada de ‘The Boys’? Penso que é a série onde estiveste mais tempo, certo?
Correto e é ótimo porque é uma série em que a) gosto de trabalhar de um ponto de vista profissional - estou muito ligada à personagem e adoro viver na pele dela. E b) trabalho com um grupo maravilhoso de pessoas, por isso sinto-me muito sortuda por ser esta a série onde estou mais tempo.
Qual é a tua opinião sobre a evolução da Starlight/Annie? Mesmo que outras personagens também tenham evoluído, penso que a tua é a que (desculpa o trocadilho) ‘brilha’ mais…
Quando conhecemos a Starlight ela é de um mundo que é tão diferente, foi tão protegida, naturalmente a evolução dela é que será uma das maiores e mais significativas - uma que serve de paralelo à do Hughie.
Estas duas personagens passam inerentemente ingénuas, devido às suas origens, para serem expostas a muita coisa e vão do 8 ao 80 muito rapidamente. Por isso, acho que o maior aspeto da evolução dela é que o compasso moral se mantém intacto, o que muda é a forma como é quer alcançar os seus objetivos de derrotar esta empresa corrupta, de tornar o mundo um lugar melhor… Os objetivos mudam, porque ela aprende que já não vive no mundo em que achava que vivia e, sim, num mundo sombrio e corrupto, por isso a forma como ela tem de se adaptar é enorme.
No entanto penso que, embora seja exposta a muito e embora ela evolua tanto no que diz respeito a descobrir a identidade dela fora do Iowa e do alcance da mãe dela e dentro da realidade deste mundo, ela ainda mantém o compasso moral dela, o desejo e objetivo de tornar o mundo um lugar melhor.
Acho que há muita coisa a acontecer e, enquanto ela evolui, há certas coisas que são constantes e ela se mantém-se autêntica. O que também é muito importante: sair de um mundo em que se é protegido para um mundo extremamente sombrio e manter o teu altruísmo e os teus objetivos. É algo difícil de fazer, exige muita determinação e é algo que consegue manter.
É interessante falarmos de compasso moral porque a Starlight é uma das poucas personagens que não se deixa arrastar para a perversão das outras personagens. Sentes que, à medida que há mais temporadas de ‘The Boys’, a série tem ficado cada vez mais louca?
Sim, penso que a série fica cada vez mais louca, mas penso que, neste ponto, a Starlight/Annie sabe bem o que está neste mundo. É uma mulher crescida e está a digeri-lo enquanto faz a sua estratégia com base no que vê.
Também penso que, nesta altura da história, ela pensa que há muito pouca coisa que é capaz de a surpreender porque, quando olhas da perspetiva dela, ela já vive neste mundo há alguns anos. Penso que é inteligente o suficiente para incorporar aquilo que observa na estratégia dela de acordo com a situação. Por isso, apesar de a série ficar mais louca e de a Starlight ter de mudar as suas táticas, penso que isso é quem ela é e que os seus objetivos e desejos se mantêm intactos.
O que é bom, porque neste mundo louco precisas de certas pessoas que possas observar, enquanto espetador que se mantém íntegro, apesar de tudo. Só porque algumas pessoas à tua volta vão numa direção que é amoral, o instinto também é ir nessa direção. Não tens de o fazer e penso que a Annie exemplifica isso e continua a fazê-lo.
Penso que o nosso objetivo, enquanto atores, tem sido adicionar nuances a estas personagens
Vivemos num mundo povoado por filmes e séries de super-heróis da Marvel e, entretanto, têm sido representadas estas personagens, que têm tantos defeitos e numa série com tanta violência, que pode ser um pouco perturbador. Ainda sentes que ‘The Boys’ tem o seu próprio espaço?
Sem dúvida. Penso que a forma específica como o [Eric] Kripke escreveu estas personagens, e mesmo com tudo o que acontece à volta delas, fez questão de tornar ‘The Boys’ uma série centrada nas personagens.
No final, acaba por girar em torno das personagens e penso que o grande objetivo dele é escrever personagens que têm tantas nuances quanto possível. Da mesma forma, penso que o nosso objetivo, enquanto atores, tem sido adicionar nuances a estas personagens.
Penso que o que faz esta série aquilo que ela é são mesmo as personagens e penso que não podes imitar personagens como estas. Especialmente a Starlight/Annie e penso que o que eu e o Kripke tentámos moldar e criar nesta personagem é alguém que nunca vimos antes, porque quando a conheces assumes que ela é ingénua e as primeiras impressões podem ser enganadoras - e claramente são, neste caso.
Mas assim que ela perde essa ingenuidade dela e aprende, realmente usa essa exposição dela a este mundo sombrio para ficar mais poderosa e isso acende um fogo que a motiva ainda mais. Penso que essa é uma das características dela, o que é uma dicotomia paradoxal de vulnerabilidade e força - e elas existem as duas - em que uma acrescenta à outra.
A Starlight é apenas um exemplo. Todas as personagens têm tantas nuances, todos os atores nesta série foram muito além para garantir isso, que penso que haverá espaço para ‘The Boys’ simplesmente por essa perspetiva.
Podes tirar algumas coisas da nossa série que podes emular até um certo ponto, mas que são tão loucas que muitas dessas coisas foram a primeira vez que acontecerem na televisão e que não podes tirá-las.
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