As receitas do grupo caíram 5,9%, em termos homólogos, para 301,6 mil milhões de yuans (43,5 mil milhões de euros), nos primeiros seis meses do ano, segundo a empresa. A margem de lucro fixou-se em 5%, o que corresponde a cerca de 15 mil milhões de yuans (mais de 2,1 mil milhões de euros).
A Huawei Technologies Ltd., a primeira marca global de tecnologia da China, está sob pressão, desde que o anterior presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, bloqueou o seu acesso a 'chips' semicondutores dos Estados Unidos e outras tecnologias, em 2019.
Washington acusou a empresa de constituir um risco para a segurança ao poder facilitar a espionagem chinesa.
A Huawei intensificou o desenvolvimento de tecnologia de rede para automóveis, hospitais, minas e setor manufatureiro.
O grupo disse ser agora menos vulnerável às sanções dos EUA.
"Embora o nosso negócio de dispositivos móveis tenha sofrido forte impacto, o nosso negócio de infra-estruturas de Tecnologia da Informação e Comunicação manteve um crescimento constante", apontou Ken Hu, que ocupa atualmente o cargo de presidente rotativo do grupo, em comunicado.
No primeiro semestre, o declínio das vendas foi uma melhoria em relação à queda de 14%, registada nos primeiros três meses do ano. A margem de lucro foi superior aos 4,3% do primeiro trimestre.
As vendas da unidade de dispositivos móveis da Huawei, que inclui telemóveis, caíram 25,3%, em relação ao mesmo período do ano anterior, para 101,3 mil milhões de yuans (14,5 mil milhões de euros). As vendas de equipamentos de rede para operadoras e empresas de telecomunicações aumentaram.
A Huawei reportou um lucro de 113,7 mil milhões de yuans (17,3 mil milhões de euros), no ano passado, mas disse que a receita caiu 28,6%, em relação a 2020.
Os novos investimentos no setor automóvel consistem no lançamento de cinco modelos em colaboração com fabricantes chineses. A Huawei fornece componentes e programas para navegação, ecrã de painel, gestão dos sistemas de veículos e outros serviços.
O grupo expressou também preocupação com uma nova lei dos EUA, o "CHIPS and Science Act", que promete ajudas às empresas que investirem na produção de 'chips' semicondutores nos Estados Unidos.
O objetivo é reduzir a dependência dos EUA de Taiwan, que produz a maioria dos 'chips' de ponta do mundo, e da China, que monta a maioria dos telemóveis e outros produtos eletrónicos.
Qualquer medida que reduza a colaboração da indústria global vai "prejudicar em muito a inovação científica e tecnológica", disse a Huawei, em comunicado.
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