A nova Associação Portuguesa das Aplicações Digitais (APAD), criada por iniciativa da Bolt, Glovo e Uber, "surge com o objetivo primordial de agregar e representar os principais operadores do setor das plataformas digitais a desenvolver atividade em Portugal na defesa dos seus interesses em comum", pode ler-se num comunicado da APAD.
O nascimento da APAD surge como resposta a uma "lacuna de representação setorial", diz a associação, sublinhando que o setor da economia digital "tem de ser adequadamente percebido e devidamente considerado pelos poderes públicos e centros de decisão, tendo em conta as suas inúmeras e distintas especificidades".
"Pela sua própria natureza, trata-se de um setor económico muito específico que se apresenta como um modelo de negócio com características próprias que devem ser tomadas em conta, sob pena de se ver desvirtuado o seu conceito diferenciador", defende a APAD.
No documento, a associação destaca conclusões de um estudo do ISCTE Executive Education sobre "O impacto social e laboral das plataformas digitais de entregas em Portugal", segundo as quais 90% dos inquiridos pretendem continuar a trabalhar como 'freelancers'.
A criação da APAD surge numa altura em que o parlamento discute alterações à lei laboral no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, onde estão previstas normas relativas aos trabalhadores das plataformas digitais, nomeadamente a presunção da existência de um contrato de trabalho.
"A criação da APAD surge no sentido de assegurar que o setor possa prosseguir atividade em Portugal sem constrangimentos que limitem o seu alcance, ou que desvirtuem a natureza e âmbito de um modelo de negócio que tem criado enorme valor na economia nacional e que se caracteriza por particularidades que são parte integrante e da sua essência", sublinha a associação.
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