"Estou profundamente preocupado com o potencial de dano dos recentes avanços na inteligência artificial", declarou Volker Türk em comunicado, no qual sublinha que "a dignidade humana e todos os direitos humanos estão seriamente ameaçados".
Volker Türk fez "um apelo urgente às empresas e governos para que desenvolvam rapidamente salvaguardas eficazes" nesta matéria.
"Vamos acompanhar este dossiê de perto, vamos incorporar os nossos conhecimentos específicos e vamos assegurar que a dimensão dos direitos humanos continue a ser central no desenvolvimento deste assunto", garantiu o mesmo responsável.
Esta semana, várias dezenas de países, incluindo Estados Unidos e China, pediram a regulamentação do desenvolvimento e uso de inteligência artificial no campo militar, apontando os riscos de "consequências não intencionais".
O texto, assinado por mais de 60 países, também levanta preocupações sobre "a questão do envolvimento humano", bem como a "falta de clareza quanto à responsabilidade" e "potenciais consequências não intencionais".
A IA está também a tomar conta da vida diária das pessoas, desde smartphones até à área da saúde e segurança.
Segundo especialistas, tornou-se o novo campo de batalha para os gigantes da Internet, como a Microsoft, com investimento de muitos milhões no ChatGPT.
A inteligência artificial promete uma revolução na pesquisa da internet e outras utilizações ainda a serem inventadas, mas os especialistas alertam que também apresenta riscos (violação de privacidade, algoritmos tendenciosos) que exigirão regulamentação, difícil de implementar, pois essas tecnologias avançam rapidamente.
Diferentes países querem regulamentar o setor e atualmente a União Europeia está no centro desses esforços regulatórios, através do projeto-lei "AI Act", supostamente para incentivar a inovação e evitar eventuais abusos. Prevê-se que o processo possa estar concluído até final de 2023 ou início de 2024, para posterior aplicação.
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