O muito aguardado lançamento da missão espacial europeia JUICE desta quinta-feira, dia 13, que tem como objetivo lançar uma sonda para estudar Júpiter e alguns dos satélites naturais do planeta, foi adiado.
A justificação dada pela Agência Espacial Europeia prende-se com o mau tempo na zona de lançamento, na Guiana Francesa. O lançamento estava marcado para o início da tarde (hora portuguesa) e foi agora adiado para sexta-feira, dia 14. Naturalmente, o lançamento acontecerá apenas se as condições meteorológicas o permitirem.
Serve recordar que a missão JUICE (que significa JUpiter ICy moons Explorer) consiste no lançamento de um satélite cujo desenvolvimento contou com a participação de empresas, investigadores e de tecnologia portugueses.
O satélite inclui componentes fabricados pelas empresas portuguesas LusoSpace, Active Space Technologies, Deimos Engenharia e FHP - Frezite High Performance e um instrumento desenvolvido em parte pela Efacec e pelo LIP - Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas.
No entanto, o foguetão Ariane 5 e o satélite Juice encontram-se em condições estáveis e seguras na plataforma de lançamento, indicou a Arianespace num comunicado.
Após uma viagem de oito anos, Juice (JUpiter ICy moons Explorer, Explorador das Luas Geladas de Júpiter) vai fazer relatórios detalhados do maior planeta do Sistema Solar e das luas Europa, Ganimedes e Calisto, onde os cientistas pensam que possa existir água líquida (elemento fundamental para a vida tal como se conhece) sob as crostas de gelo à superfície.
Juice também vai estudar o ambiente complexo de Júpiter em profundidade e o sistema do planeta como um modelo de grandes corpos celestes gasosos em todo o Universo.
O satélite, que será lançado sexta-feira à mesma hora agendada para hoje, deverá chegar ao gigante gasoso passados oito anos, em julho de 2031, fazer 35 voos de aproximação às luas geladas e alcançar Ganimedes em dezembro de 2034.
Será a primeira vez que um satélite artificial orbitará uma lua de outro planeta.
Espera-se que a missão da ESA, que custou cerca de 1,6 mil milhões de euros e teve a colaboração das agências espaciais norte-americana (NASA), japonesa (JAXA) e israelita (ISA) em termos de instrumentação e 'hardware', termine em setembro de 2035.
Os primeiros dados científicos são expectáveis em 2032.
Júpiter é 11 vezes maior do que a Terra e é composto maioritariamente por gás, como o Sol. Ganimedes é a maior das luas do Sistema Solar e tem um grande oceano sob a sua superfície.
A missão da ESA foi concebida para averiguar se haverá sítios em redor de Júpiter e no interior das luas geladas com as condições necessárias (água, energia, estabilidade e elementos biológicos) para suportar vida.
Atualmente, o único satélite artificial em órbita de Júpiter é o Juno, da NASA.
Portugal é Estado-membro da ESA desde 2000.
[Notícia atualizada às 15h01]
Leia Também: Empresa de Coimbra desenvolveu tecnologia para sonda que estudará Júpiter