Alibaba planeia entrada em bolsa de subsidiárias de vendas a retalho
O grupo tecnológico chinês Alibaba anunciou que planeia listar em bolsa, separadamente, as suas subsidiárias dos setores de logística e de venda a retalho de produtos frescos, e fragmentar o negócio de computação em nuvem.
© Lusa
Tech Alibaba
Os planos, anunciados na quinta-feira, durante a apresentação dos resultados referentes ao primeiro trimestre do ano, inserem-se numa reestruturação profunda do conglomerado tecnológico, que foi alvo de uma multa recorde por práticas monopolistas, no âmbito de uma campanha regulatória lançada por Pequim para conter o poder e a influência do setor.
Na primeira apresentação de resultados desde que anunciou planos para se dividir em seis entidades, o grupo Alibaba disse que as receitas aumentaram 2%, entre janeiro e março, para 208 mil milhões de yuan (27,4 mil milhões de euros), em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A Alibaba disse que o Conselho de Administração aprovou planos para executar uma oferta pública inicial para a sua subsidiária de venda a retalho de produtos frescos Freshippo, que deve ser concluída no próximo ano. A empresa também quer colocar em bolsa a empresa de logística Cainiao Smart Logistics.
"Acreditamos que estas duas empresas estão prontas para abrir o seu capital", disse o presidente-executivo do grupo, Daniel Zhang, na apresentação dos resultados.
A Alibaba também revelou planos para fragmentar o seu negócio de computação em nuvem através da distribuição de um dividendo pago em ações, após concluir uma ronda privada de arrecadação de fundos.
Nos primeiros três meses do ano, as receitas da unidade de computação em nuvem caíram 2%, em termos homólogos. Foi a primeira vez que esta unidade registou uma queda das vendas num período trimestral.
"O negócio de computação em nuvem é fundamentalmente diferente de outros negócios voltados para o consumidor. Isto permitirá que a unidade aprimore a sua estratégia de negócios e otimize as operações", disse Zhang.
A Alibaba anunciou na quinta-feira os seis novos chefes--executivos e os membros dos conselhos de administração para as respetivas seis novas entidades, criadas após a divisão da empresa.
O plano de reestruturação prevê que o grupo mantenha a propriedade total dos seus negócios de comércio eletrónico na China, o Tmall e o Taobao, que geraram mais lucros do que o grupo como um todo, no último ano fiscal.
A Alibaba disse que as empresas que atuam fora do setor do comércio eletrónico doméstico vão ter "um período de tempo limitado para aceder a capital do grupo Alibaba", antes de serem cortadas do financiamento da empresa-mãe.
O grupo disse que alcançou um lucro líquido de 23,5 mil milhões de yuan (3.095 milhões de euros) no primeiro trimestre, revertendo as perdas registadas durante o mesmo período do ano passado.
A receita do negócio doméstico de comércio eletrónico fixou-se em 140 mil milhões de yuan (18,4 mil milhões de euros), uma queda de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
"Nos últimos meses, notamos uma recuperação gradual do consumo na China, mas a confiança dos consumidores e o poder de compra ainda estão aquém", reconheceu Zhang.
As medidas altamente restritivas implementadas por Pequim, no âmbito da política de 'zero casos' de covid-19, levaram à paralisação da atividade económica no país, ao longo de 2022. A estratégia foi desmantelada em dezembro.
O grupo disse que, entre janeiro e março, gastou mais de 1,9 mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros) na recompra de 21,5 milhões de ações, ou cerca de 1% do total de ações da empresa transacionáveis nos mercados. O grupo ainda tem cerca de 19,4 mil milhões de dólares para utilizar como parte de um programa de recompra previamente autorizado.
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