Após ciberataque, Governo da Madeira garante não ceder a "chantagistas"
O Governo da Madeira vai reforçar em 15 milhões de euros o investimento na cibersegurança do Serviço de Saúde da região, indicou hoje o chefe do executivo, afirmando que não cede "a chantagistas", após o ciberataque de domingo.
© Global Imagens
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"Nós não temos qualquer condição, mesmo até do ponto de vista político, ético e moral, para estar a ceder a chantagistas", disse Miguel Albuquerque, referindo-se a um eventual pedido de resgate por parte dos autores do ataque, sinalizado às 08h11 de domingo e que provocou uma "disfunção na rede informática" do Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram).
O presidente do Governo Regional falava em Câmara de Lobos, zona oeste da ilha, à margem de uma visita à Feira Gastronómica do Peixe-Espada Preto, onde classificou o ciberataque como um "ato ignóbil e criminoso", que causou "graves danos" aos utentes e à saúde pública na região.
"Nós vamos agora é tentar recuperar todo o sistema, pôr o sistema a funcionar do ponto de vista técnico, no sentido de continuarmos a prestar os serviços que temos de prestar", disse, anunciando também um reforço do investimento na cibersegurança da instituição.
"À medida que a digitalização dos serviços vai avançando, nós temos sempre o reforço da chamada cibersegurança. O que estava previsto era investirmos mais 15 milhões de euros nesta área do Sesaram", declarou.
Miguel Albuquerque admitiu, por outro lado, que o sistema de cibersegurança do Serviço de Saúde da Madeira "não é dos mais sofisticados", reiterando que "só agora é que vamos começar a investir cerca de 15 milhões de euros".
O governante não confirmou se foi feito um pedido de resgate, mas referiu-se aos responsáveis como "criminosos ignóbeis que aproveitam esta situação para pedir resgates", realçando que se trata de "matéria de índole criminal" e que foi "entregue às instâncias competentes".
Albuquerque, que chefia o executivo de coligação PSD/CDS-PP, criticou também alguma oposição regional por tentar tirar benefícios políticos do ciberataque ao Sesaram.
"Lamento, devido à indigência política, intelectual e, sobretudo, ética desta oposição, que tenha aproveitado uma circunstância destas, a que o Sesaram e as instâncias políticas são completamente alheias, para tentar surfar uma onda de descontentamento político numa situação destas", disse.
O presidente do Governo Regional elogiou, por outro lado, "todos os profissionais de saúde", considerando que "têm trabalhado de forma extraordinária no sentido de continuar a garantir o serviço aos utentes, quer nas consultas, quer nos exames, quer nas cirurgias".
O Sesaram anunciou hoje, em comunicado, "o restabelecimento de serviços essenciais para acesso ao sistema informático por parte dos profissionais de saúde".
A instituição refere que entre os serviços disponibilizados está o agendamento das consultas, significando a disponibilidade de recuperação e marcação de atos de saúde.
"Este é um processo que está a ser desenvolvido em conformidade com as normas de segurança obrigatórias neste período", esclarece o Sesaram, adiantando que está a recuperar, de forma gradual, as funcionalidades da plataforma informática.
O organismo mantém, no entanto, o apelo aos utentes que se desloquem às unidades de saúde, por diferentes motivos, que se façam acompanhar de toda a informação clínica que tenham na sua posse, sejam relatórios de exames, análises clínicas, medicação ou notas de alta.
Na segunda-feira, o Serviço Cibersegurança do Governo Regional indicou que o tempo de recuperação do ciberataque ao Sesaram será "prolongado" e apelou aos utentes para tomarem "cuidados redobrados" no acesso à informação.
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