Uma cápsula da NASA, que contém amostras do asteroide Bennu, aterrou em segurança na Terra este domingo, diz o jornal britânico The Independent. A aterragem aconteceu às 8h52 locais (15h52 em Portugal continental), no deserto de Utah, nos Estados Unidos, pondo fim a uma viagem de sete anos.
É a primeira vez que a NASA, agência espacial dos Estados Unidos, conseguiu recolher amostras de um asteroide. A Agência de Exploração Aerospacial do Japão conseguiu recuperar restos de asteroides em 2020, mas foi uma quantidade mínima.
Ao mesmo tempo, e a cumprir-se o esperado, esta será a maior amostra de sempre a ser trazida para a Terra: pesa 250 gramas, estimam os cientistas, que só saberão ao certo o seu peso quando a mesma for aberta.
Tal só deverá acontecer, no entanto, na terça-feira, 26 de setembro.
Os peritos creem que o asteroide Bennu contém moléculas que remontam à formação do sistema solar, há 4.500 milhões de anos e que pode dar algumas respostas a questões que intrigam a humanidade há séculos, como a origem da vida e do próprio sistema solar.
A NASA transmitiu em direto a aterragem e o momento mais emocionante ocorreu quando foi acionado um paraquedas que permitiu reduzir a velocidade da cápsula e evitar o seu despenhamento no deserto.
"Bem-vinda a casa", afirmou Noelia González, da equipa de comunicação da NASA, no momento da chegada.
Live Now: #OSIRISREx delivers the US's first pristine asteroid sample after a 3.86 billion-mile journey. Watch landing live from @DeptOfDefense's Utah Test & Training Range. Use #AskNASA to send us your questions. https://t.co/biS33u6RtP
— NASA (@NASA) September 24, 2023
A NASA escolheu precisamente o Bennu por ser relativamente rico em moléculas orgânicas e poder ajudar a responder a uma das grandes incógnitas da ciência: Como conseguiu a Terra ter uma abundância de moléculas orgânicas e água líquida, dois ingredientes chave para a vida?
Além da composição do Bennu, o outro motivo pelo qual os cientistas o escolheram é porque tem uma órbita bastante conhecida, o que facilitou a aproximação da nave 'Osiris-Rex' para recolher amostras.
Descoberto em 1999, acredita-se que o Bennu se formou a partir de fragmentos de um asteroide muito maior após uma colisão. Tem aproximadamente a altura do Empire State Building e a sua superfície negra e rugosa está repleta de rochas grandes.
Além disso, existe uma remota hipótese de o Bennu colidir com a Terra dentro de 159 anos e, apesar de essa possibilidade ser de apenas 0,057%, esta missão da NASA também serviu para ver como mudar a trajetória do asteroide se for necessário, disse à EFE o argentino Lucas Paganini, cientista da NASA.
A viagem começou em 2016, quando a nave 'Osiris-Rex' partiu do centro da NASA em Cabo Canaveral, Florida. Chegou a Bennu em 2018 e, depois de voar ao redor do asteroide durante dois anos, em busca do melhor local para a recolha de amostras, a nave aproximou-se da superfície para extrair poeira e pedaços de rochas.
[Notícia atualizada às 18h40]
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