"O que o Ingenuity realizou vai muito além do que pensávamos ser possível", sublinhou o chefe da NASA, Bill Nelson, numa mensagem em vídeo.
O helicóptero "abriu caminho para futuros voos no nosso sistema solar", realçou.
Em 2021, o Ingenuity tornou-se o primeiro dispositivo motorizado a voar num outro planeta e provou, desta forma, que é possível voar no ar marciano, com densidade equivalente a apenas 1% da atmosfera terrestre.
O helicóptero originalmente deveria descolar apenas cinco vezes, mas devido ao seu muito bom desempenho, a missão foi estendida até esta quinta-feira.
Durante o seu 72.º voo, na semana passada, o helicóptero atingiu a altitude de 12 metros, mas a comunicação foi interrompida abruptamente pouco antes do pouso.
Ainda foi possível restaurar comunicações no dia seguinte, mas as equipas da NASA conseguiram observar danos numa hélice alguns dias depois.
O helicóptero "já não é capaz de voar", confirmou a NASA em comunicado, especificando que as causas da interrupção da comunicação ainda estão a ser analisadas.
Durante o seu 71.º voo, o Ingenuity teve que fazer um pouso de emergência, revelou a agência espacial. O 72.º voo foi, por isso, programado como um voo curto, para permitir uma melhor localização.
Com apenas 1,8 quilos, este helicóptero assemelhava-se mais a um grande 'drone' que, no total, percorreu cerca de 17 quilómetros e voou a uma altitude de 24 metros, com um tempo de voo acumulado de mais de duas horas.
O Ingenuity chegou a Marte em fevereiro de 2021, com o rover Perseverance, cuja missão é procurar vestígios de vida microbiana antiga em Marte.
Este dispositivo foi assim utilizado como um batedor aéreo, para ajudar o seu companheiro com rodas, que está "muito longe para tentar" visitar o helicóptero e fotografá-lo, detalhou a NASA.
A longevidade do Ingenuity é notável, sabendo que este teve que sobreviver às noites geladas de Marte aquecendo-se graças aos painéis solares que carregavam as suas baterias durante o dia.
A agência espacial norte-americana está a trabalhar nem outro projeto de 'máquina voadora', como parte da missão Dragonfly, desta vez tendo como destino a maior lua de Saturno, Titã.
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