Irão lançou ciberataques "para apoiar Hamas e enfraquecer Israel"

O Microsoft Threat Analysis Center (MTACT) afirmou hoje após a eclosão do conflito em Gaza, há quatro meses, o Irão lançou, através de "atores alinhados", ciberataques e operações de influência (IO) para "ajudar a causa do Hamas e enfraquecer Israel".

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Lusa
06/02/2024 21:15 ‧ 06/02/2024 por Lusa

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Em relatório dedicado ao conflito no Médio Oriente, o MTACT adianta que o tráfego para 'sites' de notícias geridos por entidades afiliadas ao Irão aumentou 42% na primeira semana da guerra entre Israel e Hamas, em 07 de outubro de 2023.

Desde que o Hamas atacou Israel, "os atores alinhados com o governo iraniano lançaram um conjunto de ciberataques e operações de influência (IO) destinados a ajudar a causa do Hamas e enfraquecer Israel e os seus aliados políticos e parceiros comerciais", adianta.

Refere também que "muitas das operações imediatas do Irão após 07 de outubro foram precipitadas e caóticas - o que indica que houve pouca ou nenhuma coordenação com o Hamas - mas, apesar disso, tem conseguido um sucesso crescente".

Mesmo três semanas depois do ataque, "este tráfego estava 28% acima dos níveis registados antes da guerra".

O Microsoft Threat Analysis Center acrescenta que, "apesar das alegações iniciais do Irão, muitos dos 'ataques' nos primeiros dias da guerra eram 'fugas' de material antigo, utilização de acesso pré-existente a redes ou simplesmente conteúdos falsos".

A atividade do Irão cresceu "rapidamente" de nove grupos ativos rastreados pela Microsoft em Israel, durante a primeira semana de guerra, para 14 duas semanas após o início do conflito.

"As operações de influência cibernética passaram de cerca de uma operação a cada dois meses em 2021 para 11 só em outubro de 2023", lê-se no documento.

Além disso, "à medida que a guerra avançava, os atores iranianos alargaram o seu âmbito geográfico para incluir ataques contra a Albânia, o Bahrein e os Estados Unidos" e "também aumentaram a sua colaboração, permitindo uma maior especialização e eficácia dos ataques".

No início de dezembro, o Irão interrompeu os serviços de 'streaming' e substituiu-os por um vídeo de notícias falsas com um apresentador aparentemente gerado por inteligência artificial (IA). Isto marcou a primeira operação de influência iraniana que a Microsoft detetou onde a IA desempenhou um componente chave nas suas mensagens e é um exemplo da expansão rápida e significativa no âmbito das operações iranianas desde o início do conflito Israel-Hamas.

Esta interrupção atingiu públicos nos Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Canadá.

O Hamas lançou em 07 de outubro de 2023 um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, que causou a morte de mais de 1.140 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelitas.

Cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, segundo as autoridades israelitas.

Cerca de cem foram libertadas no final de novembro, durante uma trégua em troca de prisioneiros palestinianos, e 132 reféns continuam detidos no território palestiniano, 28 dos quais terão morrido.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Leia Também: FBI alerta para ciberataques críticos por 'hackers' chineses

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