Em declarações à agência Lusa, a diretora-geral adjunta de Ciências Sociais e Humanas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultua (UNESCO), Gabriela Ramos, referiu que é importante que os países em desenvolvimento e emergentes invistam na inovação, mas ao mesmo tempo capacitem os cidadãos.
A regulação da Inteligência Artificial "não se trata de um debate tecnolo´gico, mas de um debate social", continuou a responsável.
"A responsabilidade de criar um quadro que proteja as pessoas, os direitos humanos e a dignidade humana e´ dos governos", afirmou a especialista pela construção de sociedades inclusivas, que supervisiona o desenvolvimento da ética na inteligência artificial.
Segundo Gabriela Ramos, o desenvolvimento da IA, por exemplo com o ChatGPT, surgiram preocupações sobre os riscos e a ampliac¸a~o de desigualdades e estereo´tipos.
"Não se pode simplesmente transportar o que esta´ a ser desenvolvido numa outra cultura e numa outra realidade econo´mica e social para pai´ses que podem estar a enfrentar desafios muito diferentes", defendeu.
De acordo com a responsável, muitos dos países em desenvolvimento em África e na Ásia com os quais a UNESCO trabalha reconhecem a necessidade de investir mais em tecnologia, mas também na capacitação dos cidadãos na utilização estas ferramentas.
Para Gabriela Ramos, quando este tipo de tecnologias é bem desenvolvido e utilizado para resolver problemas, pode economizar recursos e aumentar a qualidade de vida das pessoas.
Em novembro de 2021, a UNESCO aprovou uma série de recomendações sobre a ética na Inteligência Artifical, nomeadamente sobre a necessidade de respeitar os direitos humanos.
A responsável considerou que estas recomendações são a única norma global para controlar e reforc¸ar as capacidades dos governos para conduzir a revolução digital de forma ética.
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