O enorme clarão que iluminou os céus de Portugal e Espanha, na noite de sábado, foi gerado por um corpo rochoso - um meteoroide - de um cometa que atingiu a atmosfera a cerca de 161 mil km/h.
Segundo dados do Instituto de Astrofísica de Andaluzia (IAA-CSIC), o corpo celeste começou a uma altitude de cerca de 122 km sobre a localidade de Don Benito, província de Badajoz, em Espanha, deslocou-se para noroeste, atravessou Portugal e terminou a uma altura de cerca de 54 km sobre o Oceano Atlântico.
Mas, ao contrário do que se foi especulando esta manhã, e apesar de a Proteção Civil ter chegado a dar o alerta e de ter feito buscas noturnas, as informações do projeto SMART - operado pela Southwestern Europe Meteor Network (SWEMN) a partir das estações de observação de meteoros localizadas em Huelva, La Hita (Toledo), Calar Alto, Sierra Nevada, La Sagra (Granada), Sevilha e Marçà (Tarragona) - avançam que nenhum fragmento chegou ao solo.
O acontecimento foi analisado pelo investigador responsável pelo projeto SMART, o astrofísico José María Madiedo, do Instituto de Astrofísica da Andaluzia IAA-CSIC.
A análise revelou que o fenómeno ocorreu quando um corpo rochoso entrou na atmosfera terrestre a uma velocidade de cerca de 161 mil quilómetros por hora, e com uma trajetória quase nivelada, com uma inclinação de apenas cerca de dez graus em relação à horizontal.
O corpo rochoso provinha de um cometa e quando estas rochas atingem a atmosfera são chamadas 'meteoroides', explica o Instituto.
"Quando embateu no ar a esta velocidade, a superfície da rocha (o meteoroide) aqueceu e tornou-se incandescente. E foi essa incandescência que se manifestou sob a forma de uma bola de fogo", pode ler-se.
Ao longo da sua trajetória, apresentou várias explosões que provocaram aumentos súbitos da sua luminosidade e que se deveram a várias ruturas abruptas da rocha. A distância total que a bola de fogo percorreu na atmosfera terrestre antes de se extinguir foi de cerca de 500 km.
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