Esta é uma das conclusões do estudo anual da KPMG -- Global Tech Report 2024 -, que envolveu 2.450 executivos especialistas em tecnologia, oriundos de 26 países, e analisa as estratégias tecnológicas adotadas por empresas em todo o mundo.
De acordo com 74% dos inquiridos, a IA "está a contribuir para um aumento de produtividade dos seus colaboradores", mas ainda há "dificuldades em colocar em prática algumas funcionalidades" da inteligência artificial, com menos de um terço (31%) "a conseguirem escalar esta tecnologia para uma produção em larga escala".
Uma larga maioria (77%) manifestaram "preocupação relativamente à possível redução de postos de trabalho devido à IA", segundo o estudo.
Outra das conclusões é o facto de "87% dos inquiridos relatarem um aumento dos lucros devido aos seus investimentos em tecnologia, o que representa um crescimento significativo de 25% em comparação com o de 2023", lê-se no documento.
Entretanto, 78% dos inquiridos revelam "que estão a ter dificuldades para acompanhar o ritmo atual de mudança no mundo".
"À medida que as organizações começam a perceber, concretamente, o resultado dos seus investimentos em tecnologia, é crucial que os líderes tecnológicos se concentrem em estratégias consolidadas, em vez de seguirem tendências e modas", afirma Rui Gonçalves, 'partner' e responsável pela área de tecnologia ('head of technology consulting') da KPMG Portugal, citado em comunicado.
Isso "garantirá que os investimentos continuem a gerar valor de longo prazo", remata.
O relatório aponta ainda que "apenas um terço das empresas escalou com sucsso a IA para a produção".
As organizações "em certos países -- incluindo a China, os EUA, o Reino Unido, a Alemanha, Israel e a Arábia Saudita -- são mais propensas a ter investimentos maduros em IA já a gerar valor", sendo que a a nível setorial, "a produção industrial, as ciências da vida e os cuidados de saúde parecem estar na liderança", lê-se no documento.
O inquérito mostra "que os executivos consideram a segurança dos dados uma prioridade, com 35% dos inquiridos a afirmar que irão concentrar-se em melhorar a proteção dos seus dados nos próximos 12 meses, e 33% a dar prioridade à acessibilidade e à democratização dos dados".
A cibersegurança continua a ser essencial para as empresas, bem como a privacidade, sendo que estes são identificados como "os fatores com maior probabilidade de travar um programa de transformação digital".
Quanto a desafios, "80% dos executivos afirmam que a aversão ao risco faz com que a liderança da organização reaja mais lentamente comparativamente aos seus concorrentes".
Além disso, "uma governação e coordenação deficientes aparecem no topo dos três desafios mais difíceis que prejudicam o progresso da transformação, com 59% a afirmar que a tomada de decisões centralizada reduz a capacidade da sua organização para responder aos sinais do mercado e adotar novas tecnologias".
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