Estudo: Conteúdos de IA com impacto negativo na informação este ano

Os conteúdos gerados por Inteligência Artificial (IA), ou seja, vídeos, vozes, imagens e textos tiveram um impacto negativo na informação este ano, concluiu a maioria dos especialistas consultados num estudo do IPIE - International Panel on the Information Environment.  

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Lusa
03/12/2024 15:43 ‧ há 16 horas por Lusa

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Inteligência Artificial

Segundo um comunicado do IPIE e da FCH-Católica, membro do painel, o relatório conta com a participação de mais de 400 especialistas em media e informação de mais de 60 países e "destaca o impacto da tecnologia de Inteligência Artificial (IA) nos conteúdos informativos", sendo que "a larga maioria dos especialistas (63%) acredita que vídeos, vozes, imagens e textos gerados por IA impactaram negativamente o ambiente informativo global em 2024".

 

Na mesma nota, lê-se que "mais de dois terços (67%) dos especialistas estão preocupados com o impacto crescente das tecnologias de IA nos próximos cinco anos".

Este estudo mostra ainda "uma preocupação crescente", indicaram, destacando que, "enquanto pouco mais da metade (54%) dos especialistas previa um agravamento das condições do ambiente informativo em 2023, o número sobe agora em 2024 para os 63%, sendo a preocupação particularmente acentuada nos países do Hemisfério Sul, onde três quartos dos especialistas (75%) expressam um forte pessimismo em relação ao futuro do ambiente informativo".

Os especialistas do painel apontaram ainda "os proprietários das plataformas de redes sociais como a maior ameaça ao ambiente informativo, seguidos por governos nacionais e estrangeiros, políticos e partidos políticos".

Por outro lado, "três quartos (77%) dos investigadores estão preocupados com a capacidade de entender os desafios futuros ou de criar boas políticas públicas, devido ao pouco acesso a dados para pesquisa", com o estudo a concluir ainda pela "necessidade crítica de maior transparência e disponibilidade de dados".

"Os resultados do estudo de 2024 refletem um consenso crescente entre a comunidade global de investigadores sobre o estado deteriorado do ambiente informacional", segundo o comunicado, acrescentando que "os desafios impostos pela IA e pelas tecnologias digitais são substanciais, mas também há esperança de que os avanços nessas áreas possam ser aproveitados para a promoção de melhores práticas informativas".

Para Nelson Ribeiro, Diretor da FCH-Católica e especialista em media e propaganda, membro do IPIE, os dados necessários para avançar "na compreensão do ambiente informacional não estão apenas inacessíveis, estão barricados por redes privadas e barreiras corporativas".

"Até que investigadores independentes tenham acesso, permaneceremos no escuro, e as nossas pesquisas continuarão aquém dos 'insights' [conhecimento] críticos de que tanto necessitamos", lamentou, acrescentando que "sem transparência e dados abertos, o desenvolvimento de políticas eficazes para combater os danos da desinformação continuará a ser uma batalha árdua".

O IPIE é uma organização científica independente e global, com sede na Suíça, que pretende fornecer o conhecimento científico mais prático sobre as ameaças ao ambiente informativo mundial.

Leia Também: Media Capital acusa Microsoft de recusar pagar direitos de autor

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