Recurso à IA no enoturismo "é fundamental", mas também reforço do digital

A utilização da Inteligência Artificial (IA) pelos agentes económicos ligados ao enoturismo "é fundamental" para o crescimento do setor, mas a sua presença no digital deve ser reforçada, apontou hoje um especialista nesta matéria.

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Lusa
30/01/2025 21:08 ‧ há 4 horas por Lusa

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Inteligência Artificial

"A inteligência artificial neste setor é fundamental, porque é um setor que está em expansão, que procura cada vez mais a internacionalização e que procura a modernização", destacou à agência Lusa, o diretor executivo de Negócios Empresariais na Google Cloud, Jorge Catalão Ramos.

 

Em declarações à Lusa, à margem do 4. º Encontro Nacional dos Profissionais de Enoturismo, que está hoje a decorrer numa unidade hoteleira de Sines, no distrito de Setúbal, o especialista referiu que o grande desafio do setor passa pelo "conhecimento tecnológico".

"De que forma a tecnologia pode ajudar ao conhecimento do enoturismo que já existe, as pessoas estão sensíveis para o bom atendimento e para os bons produtos que temos, mas falta neste setor conhecer a tecnologia e como é que as pode ajudar a colocar Portugal no mapa", frisou.

Para tal, é preciso começar "pela promoção" do país, utilizando as ferramentas corretas "sobre quem nos procura" e "fazer uma ultra-personalização" do contacto com o cliente, de modo a "convertê-lo para o mercado português".

"Isto só pode ser feito em escala. Portugal é um país com muita qualidade, mas a forma como temos chegado aos outros países tem sido feita muito 'persona a persona' e diria que esta é uma forma de conseguirmos globalizar-nos e colocar Portugal na rota dos vinhos", defendeu.

De acordo com Jorge Catalão Ramos, Portugal está "muito atrasado" nesta matéria, em comparação com outros países que já estão a "fazer uma promoção do enoturismo com base em modelos de inteligência artificial" e a apostar na IA para a "modernização dos seus processos internos".

Na sua intervenção no encontro nacional, o mesmo especialista disse que "a maioria dos turistas de enoturismo, não são fieis à marca vinho, mas à experiência", o que demonstra tratar-se de "um setor sensorial" no âmbito do qual "o processo de pesquisa é fundamental".

"Se eu conseguir criar para as pessoas que estão a pesquisar uma experiência com algo relacionado com o enoturismo, dentro daquilo que é a sua capacidade de procura, se conseguir antecipar a informação, vou conseguir fidelizar" esses visitantes, frisou.

A título de exemplo da importância da IA para esta área de negócio, Jorge Catalão Ramos indicou que facilita e torna mais completa a experiência de alguém que queira viajar até Portugal para fazer enoturismo em família.

Através da IA, continuou, é possível ao turista obter uma panóplia de informações, desde "uma explicação sobre o enoturismo" até "imagens contextualizadas daquilo" que procura em família.

A IA consegue "criar um plano de viagem" para os dias da visita, fornece "um mapa com as quintas e a recomendação das quintas" e ainda se predispõe a fazer a marcação da viagem ou das quintas, entre outras vantagens, sugeriu.

"Se tivermos a capacidade de alimentar os sistemas com essas informações, vamos conseguir trazer muito mais pessoas para Portugal", argumentou.

Segundo o especialista, os agentes do setor e as regiões de turismo estão "a fazer o seu caminho" na promoção e desenvolvimento do enoturismo, mas este percurso "tem de ser feito com maior preponderância, com ferramentas digitais".

A área do digital tem de fazer parte das prioridades de todos, vincou, acrescentando: "Se há uma estratégia entre as várias regiões do país para se unirem e promoverem a marca, o digital tem de estar no topo das prioridades destas agências" de turismo.

Depois da crise provocada pela pandemia da covid-19 houve "uma inversão na curva e, depois de as pessoas regressarem, Portugal passou a estar na rota do turismo, mas não do enoturismo, por isso é importante que conseguir trazer o cliente do enoturismo e criar novos clientes através deste tipo de ferramentas", insistiu.

Leia Também: '7 Dias com os Media' arranca a 3 de maio com o mote 'IA, eu penso!'

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