Numa carta enviada na quarta-feira, o Gabinete de Gestão de Pessoal aconselhou os chefes de agência a rescindir os subsídios e contratos relacionados com a "ideologia de género", a pedir aos funcionários que removessem os pronomes dos seus e-mails governamentais e dissolvessem os grupos de investigação sobre o assunto também.
A diretiva, que ordenou que as agências instituíssem mudanças até às 17:00 de sexta-feira (22:00 de sexta-feira em Lisboa), também instou as agências a removerem o termo "género" dos formulários governamentais e a trocarem-no por "sexo".
De acordo com a agência Associated Press (AP), alguns 'sites' governamentais apareceram com a mensagem: "A página que procura não foi encontrada", enquanto algumas páginas desapareceram e regressaram intermitentemente.
Questionado pelos jornalistas na sexta-feira sobre as notícias de que os 'sites' governamentais estavam a ser encerrados para eliminar as menções à diversidade, equidade e inclusão, Trump referiu não saber nada sobre o assunto, mas que apoiava tal medida.
Muitas informações de saúde pública foram retiradas do site dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças, como orientações sobre contraceção, um folheto informativo sobre o VIH e as pessoas transgénero ou conselhos sobre como construir ambientes escolares de apoio a crianças transgénero e não-binárias, entre outros.
Especialistas em doenças alertaram que a eliminação de recursos de saúde cria lacunas perigosas na informação científica.
Uma página na Internet do departamento das prisões, que originalmente referia "Género do Recluso" foi renomeada "Sexo do Recluso" na sexta-feira.
O Departamento de Estado removeu a opção de selecionar "X" como género nos pedidos de passaporte para candidatos não binários. Substituiu também a palavra "género" pela palavra "sexo".
Um funcionário da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, que falou sob condição de anonimato, adiantou que os funcionários foram instruídos para sinalizar o uso da palavra "género" em cada um dos milhares de contratos de adjudicação.
Esta fonte realçou que os funcionários temem que programas e empregos relacionados com esforços de inclusão, questões de género e questões específicas para mulheres estejam a ser destacados e possivelmente alvos das ordens executivas de Trump.
Algumas páginas do Departamento do Censo dos Estados Unidos e do Serviço Nacional de Parques também estavam inacessíveis ou exibiam mensagens de erro.
O decreto executivo de Trump, assinado no seu primeiro dia de regresso ao cargo, exige que o governo federal defina o sexo apenas como masculino ou feminino e que isso seja refletido em documentos oficiais, como passaportes, e em políticas como designações de prisões federais.
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