A última vez que a Intuitive Machines aterrou uma nave espacial na Lua, há um ano, acabou por ficar de lado e o mais recente módulo de aterragem da empresa, o Athena, saiu da órbita lunar como planeado, transportando um perfurador de gelo, um drone e dois 'rovers' para a NASA.
A descida, que durou uma hora, pareceu correr bem, mas demorou algum tempo até que o Controlo da Missão confirmasse a aterragem.
"Estamos na superfície", informou o diretor da missão e cofundador da empresa Tim Crain.
Alguns minutos depois, Crain repetiu: "Parece que estamos no chão. Estamos a trabalhar para avaliar exatamente qual é a nossa orientação na superfície".
Lançado na semana passada, o Athena estava a comunicar com os controladores a mais de 230.000 milhas (375.000 quilómetros) de distância e a gerar energia solar, mas quase meia hora depois da aterragem, Crain e a sua equipa ainda não conseguiam confirmar se estava tudo bem com o módulo de aterragem de 4,7 metros.
A NASA e a Intuitive Machines terminaram abruptamente a sua transmissão ao vivo, prometendo mais atualizações numa conferência de imprensa no final da tarde.
"Ok, equipa, continuem a resolver o problema", insistiu Crain.
No ano passado, a Intuitive Machines colocou os EUA de novo na Lua, apesar de o seu módulo de aterragem ter tombado de lado.
No fim de semana passado, juntou-se-lhe o 'lander' de outra empresa do Texas.
A Firefly Aerospace tornou-se, no domingo, a primeira a alcançar o sucesso total com o seu módulo de aterragem lunar Blue Ghost, no extremo nordeste do lado mais próximo da Lua.
Um vácuo já recolheu a sujidade lunar para análise e um escudo anti-pó sacudiu as partículas abrasivas.
Desta vez, a Intuitive Machines tinha como alvo um planalto montanhoso a apenas 160 quilómetros do Pólo Sul da Lua, muito mais perto do que anteriormente.
As aterragens lunares desta semana fazem parte do programa de entrega lunar comercial da NASA, destinado a levar as experiências da agência espacial para a superfície cinzenta e poeirenta e a impulsionar o negócio.
As aterragens comerciais são também vistas como batedores para os astronautas que se seguirão no final desta década ao abrigo do programa Artemis da NASA, o sucessor do Apollo.
A NASA gastou dezenas de milhões de dólares no berbequim de gelo e em dois outros instrumentos que iam a bordo do Athena, e pagou mais 62 milhões de dólares pelo transporte.
A maior parte das experiências foram feitas por empresas privadas, incluindo os dois 'rovers'.
O drone movido a foguetão veio da Intuitive Machines - destina-se a saltar para uma cratera permanentemente sombreada perto do local de aterragem em busca de água congelada.
Trent Martin, da Intuitive Machines, disse antes do voo que o Athena precisava de aterrar na vertical para que o drone e os 'rovers' pudessem ser lançados.
Para reduzir ainda mais os custos, a Intuitive Machines partilhou o lançamento do seu foguetão SpaceX com três naves espaciais que seguiram caminhos separados.
Duas delas, a Lunar Trailblazer da NASA e a Odin, da AstroForge, que persegue asteroides, estão em perigo.
A NASA disse esta semana que a Lunar Trailblazer está a girar sem contacto de rádio e não alcançará a órbita pretendida à volta da lua para observações científicas. A Odin também está silenciosa, sendo improvável o seu planeado sobrevoo de asteróides.