Carros e aviões serão mais leves graças a uma nova tecnologia

Um consórcio europeu está a desenvolver tecnologias para tornar os automóveis e os aviões mais leves 20 a 30% do peso que possuem atualmente, anunciou hoje a Universidade de Coimbra (UC).

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Lusa
29/06/2016 10:30 ‧ 29/06/2016 por Lusa

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O projeto ComMUnion (Net-shape joining technology to manufacture 3D multi-materials components based on metal alloys and thermoplastic composites) está a desenvolver uma tecnologia no sentido de tornar, "num futuro próximo", automóveis e aviões "mais leves" e "mais eficientes do ponto de vista energético", afirma a UC, numa nota hoje enviada à agência Lusa.

Além de visar reduzir o peso, o projeto, que é financiado pela União Europeia (UE) com "cerca de cinco milhões de euros", também pretende que os meios de transporte com estas características tenham "um custo competitivo".

Coordenado pela Asociación De Investigación Metalúrgica Del Noroeste, de Espanha, o projeto (http://communionproject.eu/) reúne 16 parceiros de universidades, entre as quais a UC, através da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC), centros tecnológicos, nomeadamente o Instituto Fraunhofer, da Alemanha, e diversas empresas.

Os investigadores estão a desenvolver várias tecnologias em conjunto, incluindo um robot, que permitam o fabrico de componentes formados por multimateriais para aplicação na fuselagem de aviões e carroçaria de automóveis.

Os designados multimateriais são "obtidos pela junção de metais e termoplásticos reforçados com fibra", através de "processos altamente complexos", que irão tornar "os setores automóvel e aeronáutico muito mais competitivos", refere a UC.

Atualmente, explica o coordenador da equipa da FCTUC no projeto, Pedro Neto, "a parte estrutural dos veículos é feita essencialmente de metais", mas, "no caso dos aviões, vários já são feitos de materiais compósitos (que são mais leves)".

No entanto, estes compósitos dos aviões "são geralmente de matriz resinosa" (não podem ser recicláveis) e "são fabricados como peças únicas, ou seja, são ligados a outros componentes à posteriori", sublinha Pedro Neto, citado pela UC.

"No ComMUnion estuda-se o uso da ligação de compósitos termoplásticos com metais, de forma a poder reforçar os componentes estruturais nas zonas mais críticas, reduzindo o consumo de metais de elevado custo", acrescenta o investigador.

"O domínio do fabrico destes multimateriais irá trazer vantagens competitivas importantes para a indústria europeia em geral e portuguesa em particular, uma vez que parte significativa da economia exportadora portuguesa assenta no fabrico de componentes para a indústria automóvel", sublinha ainda o docente de engenharia mecânica na FCTUC.

Em Portugal, a solução tecnológica desenvolvida no âmbito do ComMUnion será testada numa empresa do grupo MOTOFIL (com sede em Ílhavo), dentro de três anos.

A indústria automóvel representa cerca de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) da UE e cerca de 7% da produção industrial total da União, refere a UC.

Já a indústria aeronáutica é um dos principais setores de alta tecnologia da UE, empregando em 2013 mais de meio milhão de pessoas e gerando um volume de negócios de cerca de 198 mil milhões de euros.

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