Em maio de 2021, o mítico MX-5 da Mazda contabilizava 1.135.957 milhões de unidades vendidas desde que foi lançado em 1989. Um recorde registado no Livro do Guiness, que explica o sucesso que tem passado de geração em geração.
Atualmente na sua quarta geração (ND), não vou mentir o quão entusiasmado estava por saber que iria conduzir aquele que é a mais recente geração do roadster mais vendido do mundo. A sua popularidade fala por si e os seus argumentos também.
É normal que um modelo como o MX-5, Miata para os mais chegados, nos faça, nem que seja interiormente, querer compará-lo com os seus 'irmãos mais velhos'. Não o vou fazer, até porque o contacto que tive com todas as anteriores gerações foi diminuto. Prefiro concentrar-me neste MX-5 com motor 1.5 Skyactiv-G, com 132 cv de potência, que tive à disposição durante quatro dias... de muito frio. Frio esse que não me possibilitou grandes viagens de capota aberta. Ainda assim, claro que coloquei alguns cabelos ao vento, até porque para vermos o céu basta apenas um clique num botão e esperar cerca de 12 segundos.
Mas vamos ao que mais me suscitava a curiosidade. Como é este MX-5 na estrada? Se tivesse que escolher uma palavra escolhia... divertido. Bem, permitam-me acrescentar mais uma palavra porque realmente foi muito divertido.
Pessoalmente, acho que a versão com motor 2.0 com 184cv pode ser a cereja no topo do bolo. Isto porque, apesar daquele ronco bastante aprazível, senti a falta de uma aceleração mais eficaz. Fora isso, a ligação homem-máquina faz-se sentir, o comportamento em curva está no ponto, as mudanças de relação são bastantes suaves e o 'feeling' da liberdade passa-nos por todo o corpo. Estou sinceramente a tentar pensar em algo menos positivo para contrapor todos os elogios, mas a verdade é que a simplicidade que os japoneses da Mazda colocam neste modelo faz dele uma raridade nos dias de hoje.
Motor atmosférico, tração traseira, dois lugares, e meia dúzia de extras - alguns deles até abdicava - provam que o 'menos é mais'.
O preço da versão que ensaiei (Special Edition Navi) é de 37.172 euros. Não é tão convidativo como o preço de entrada (29.000), mas os extras e personalizações pagam-se, não é verdade? Contudo, não deixa de ser acessível para quem procura um roadster.
Antes de vos deixar com algumas das características do MX-5 que me fez companhia durante alguns dias - soube a pouco, confesso -, permitam-me voltar ao tema da simplicidade. O Mazda MX-5 consegue ser a nossa extensão na estrada. Se quisermos relaxar, ele faz-nos relaxar. Se quisermos um bocadinho mais de picante, ele acompanha-nos à aventura. É o verdadeiro prazer da condução no seu estado mais puro. E tudo isto parece simples, mas nem sempre o é. Por isso é que o MX-5 continua a ser um carro especial.
ESPECIFICAÇÕES TECNICAS
Mazda MX-5 RF 1.5 Skyactiv-G 132 cv Special Edition
MOTOR
Posição | Frente, Longitudinal |
---|---|
Arquitetura | 4 cilindros em linha |
Alimentação | Inj. direta, atmosférico, gasolina |
Capacidade | 1496 cm3 |
Potência | 132 cv às 7000 rpm |
Binário | 152 Nm às 4500 rpm |
TRANSMISSÃO
Tração | Traseira |
---|---|
Caixa de velocidades | Manual de seis velocidades |
CHASSIS
Suspensão | FR: Independent Double Wishbones. Coil Springs. Anti-roll bar. TR: Multilink. Coil Springs. Anti-roll bar |
---|---|
Travões | FR: Discos ventilados (258 mm); TR: Discos (255 mm) |
DIMENSÕES E CAPACIDADES
Comp. x Larg. x Alt. | 3915 mm x 1735 mm x 1225 mm |
---|---|
Distância entre eixos | 2310 mm |
Capacidade da mala | 130 l |
Capacidade do depósito | 50 l |
Rodas | FR: 195/50 R16; TR: 195/50 R16 |
Peso | 1005 kg |
PRESTAÇÕES E CONSUMOS
Velocidade máxima | 204 km/h |
---|---|
0-100 km/h | 8,6s |
Consumo misto | 6,3 l/100 km |
Emissões CO2 | 142 g/km |
9
0-10
ANÁLISE
O grande objetivo da Mazda com o MX-5 é fazer feliz quem se senta ao volante. E é impossível sentarmo-nos neste carro sem sair dele a sorrir. O objetivo está mais do que cumprido.
Os números de vendas ao longo dos anos são a melhor crítica que os clientes poderiam fazer a este MX-5, que continua a não desiludir. A nota máxima fica por dar, uma vez que o bloco 1.5 deixou-nos com vontade de experimentar um pouco mais de potência
- Caixa manual suave e precisa
- Comportamento exímio em curva
- Rapidez na abertura da capota RF (Retractable Fastback)
- Motor 1.5 não desilude, mas este MX-5 pede mais
- É ingrato, mas o espaço disponível continua a ser reduzido
- Preço ligeiramente elevado da versão ensaiada