O presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, emitiu um despacho a 28 de outubro, com efeitos imediatos, que contém várias medidas que levam à redução da energia.
Emílio Torrão, em declarações à Lusa, disse que a autarquia tem uma fatura de eletricidade de cerca de 480 mil euros que deverá passar para 1,2 milhões de euros, com a subida do custo da energia.
Considerando as recomendações da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, a Câmara de Montemor-o-Velho quis "ir um bocadinho mais longe", tomando "medidas drásticas de contenção energética" e, em simultâneo, sensibilizando "as pessoas para o grave problema que vão ter nos próximos meses e nos próximos anos".
Uma das medidas passa por desligar, nos edifícios municipais, a iluminação exterior decorativa, a partir das 23:00, como por exemplo, a iluminação do Castelo.
O autarca deu nota de que, no que diz respeito à iluminação de Natal, esta vai ser desligada às 23:00, existindo apenas essa iluminação das 18:00 às 23:00, embora tal não conste no despacho.
"Montemor-o-Velho quer dar o verdadeiro exemplo de poupança. Nós estamos a fazer uma primeira ação de sensibilização implementando medidas que são altamente criticáveis do ponto de vista das pessoas", destacou, Emílio Torrão.
Adotar comportamentos com vista a uma maior utilização de luz natural, a regulação da temperatura dos equipamentos de climatização, assim como, a restruturação de espaços, por forma a evitar consumos de energia em múltiplas salas/espaços com reduzida utilização são outras das normas.
De acordo com o despacho, em contexto laboral vai ser dada preferência às reuniões/formação em formato 'online', bem como desligar equipamentos informáticos nos períodos sem utilização, entre outras.
O Município de Montemor-o-Velho vai proceder ainda a campanhas de sensibilização para a adoção de comportamentos de eficiência energética.
Emílio Torrão adiantou que está a avaliar, junto da E-Redes, algumas medidas de iluminação pública, a fim de perceber quais as luminárias nas ruas que podem ser desligadas.
A ideia é perceber "o que é que podemos desligar na totalidade nalguns sítios" e durante um período de tempo, explicou a diretora de Departamento de Administração Geral e Finanças, Andreia Lopes.
O presidente desta Câmara do Baixo Mondego explicou ainda que o Município está "pré-entendido com a E-Redes, num investimento conjunto", para criar um segundo 'offset' nos horários da iluminação pública, ou seja, "segundos relógios astronómicos para este período de contingência".
"O que está a ser feito de inovação em Montemor é esta parceria com a E-Redes, no sentido de posto de transformação a posto de transformação" verificar a melhor solução para reduzir o consumo.
A Câmara solicitou ainda à E-Redes a substituição das luminárias existentes (potências superiores a 100W) por luminárias 'LED' nos postos de transformação onde este tipo de luminária seja representativo para o seu consumo.
"Com o aumento do preço, [a fatura da eletricidade] vai passar para Y, mas nós reduzimos a fatura em Z. Vamos demonstrar à população que vamos desligar contra a vontade deles [...], mas vamos desligar porque estamos a poupar. Se eu tiver de gastar a diferença entre 1,2 milhões de euros para 480 mil, deixo de fazer obras nas freguesias", concluiu.
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