Está em construção a Rede Portuguesa de Jazz

Para dar mais visibilidade nacional, mas sobretudo internacional, ao jazz e à música improvisada portuguesa, foi criada Portugal Jazz, uma estrutura cultural para congregar músicos, promotores, editores, professores e investigadores.

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Lusa
06/02/2019 16:20 ‧ 06/02/2019 por Lusa

Cultura

Música

 

"O que está por detrás da necessidade de fazer a rede é a observação feita por alguns de nós de que Portugal é um país periférico e que não tem fundos, apoios, estruturalmente tem um défice muito grande de suporte à internacionalização", afirmou à agência Lusa o músico Carlos Martins, um dos fundadores da Portugal Jazz.

Esta é a primeira rede portuguesa dedicada ao jazz e à música improvisada, tendo sido constituída em assembleia geral em novembro passado em Jobra, Albergaria-a-Velha. O processo de construção do projeto teve financiamento estatal, de cerca de dez mil euros, através do Fundo de Fomento Cultural.

Carlos Martins, que será coordenador executivo da rede nos próximos dois anos, explicou que nesta fase da constituição da rede o objetivo é "que as pessoas se juntem, criem massa crítica, comecem a desenvolver pensamento" sobre quatro áreas de intervenção: Criação, Ensino, Promoção e Investigação.

À rede, constituída à semelhança de outras estruturas já existentes na Europa, nomeadamente em França, na Alemanha ou Itália, poderão aderir escolas de música, editoras discográficas, festivais, clubes e músicos, desde que associados numa entidade.

"Em todas as áreas há um manancial de possibilidades e de necessidades que podem ser, e serão certamente, mais frutíferas se forem pensadas em rede. (...) A ideia com isto é estimular esta criação de comunidade entre músicos, de maneira a que num futuro próximo possa haver uma associação de músicos de jazz e fazem representar-se na rede. O que é importante é as pessoas organizarem-se um pouco mais", disse.

Além de Carlos Martins, a direção da Portugal Jazz - Rede Portuguesa de Jazz integra Massimo Cavalli, Pedro Costa, Carlos Mendes, Pedro Cravinho, enquanto Pedro Guedes e Rui Eduardo Paes fazem parte da assembleia-geral e José Miguel Pereira e Carla Pomares do conselho fiscal.

Segundo o músico, o objetivo da rede é dar visibilidade "à quantidade de músicos fabulosos da música improvisada e de jazz" e responder à "necessidade de o jazz português estar presente na Europa".

Na próxima assembleia-geral, ainda não anunciada, será definida a sede da Portugal Jazz.

"Algumas pessoas continuam a achar que Lisboa ou o Porto ou Coimbra são o centro do jazz. Uma rede destas tem de ser muito mais inclusiva e muito mais atenta a todos os atores e não pensar só nos grandes centros", opinou o músico.

 

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