"Além da parafernália de guitarras elétricas, cordofones madeirenses e pedais que habitualmente levam para palco, neste concerto especial convidam Rita Redshoes e um 'ensemble' de cordofones, composto por Roberto Moritz, Graciano Caldeira e Gustavo Paixão", refere o Centro Cultural de Belém (CCB), no texto de apresentação do concerto, revelando que "o palco será transformado numa sala de estar, intimista e familiar".
Em 'Mano a Mano vol.3', editado em abril do ano passado, André e Bruno Santos decidiram inverter as contas dos discos anteriores, apresentando seis originais e apenas duas versões.
Nas composições originais deste disco, há "uma miscelânea" de coisas que foram ouvindo "desde a infância", contou André Santos em entrevista à Lusa, na altura da edição do álbum, recordando as horas que ele e o irmão passavam a ouvir os discos do tio, "um colecionador de discos aficionado".
"Havia rock, pop, música brasileira, e tudo isso misturado com o nosso campo de estudo, que é o jazz, brota nas nossas composições naturalmente", referiu.
A título de exemplo, André Santos nomeou os temas 'Cabo Verde', que "remete para umas sonoridades um bocadinho africanas" e 'Rosa' e 'A Flor do Amor', que são "canções um pouco mais contemplativas, que remetem um bocadinho para o folk".
Duas das versões incluídas em 'Mano a Mano vol.3' são 'Stardust', de Hoagy Carmichael, "do cancioneiro norte-americano, mas tocado com um instrumento tradicional madeirense, o rajão".
Além do rajão, os músicos utilizam no disco um outro cordofone madeirense, o braguinha, que André já tinha utilizado no disco anterior.
A outra versão é 'Noites da Madeira', "um standard jazzístico - soa a isso -, só que feito na Madeira, por um grande pianista, Tony Amaral, que acompanhava o Max".
A escolha deste tema "é também uma homenagem a essa geração de músicos madeirenses [da qual fazem parte Tony Amaral e Max], que estava ligada ao jazz".