Segundo os promotores, o museu, com a exposição inaugural "800 Anos de História do Azulejo", tem uma abertura simbólica marcada para sábado, às 10:30, e pode ser visitado, com entrada gratuita, a partir de domingo e até ao final de agosto.
A coleção do museu, composta por conjuntos azulejares ´in situ´, património integrado na Quinta e Palácio da Bacalhôa (Azeitão) e no Palácio Tocha (Estremoz), e por mais de 4.500 exemplares móveis datados do século XIII ao século XXI, permite "percorrer a secular história do azulejo".
Instalado no histórico Palácio Tocha, ele próprio enriquecido por alguns "magníficos conjuntos" de azulejaria tardo-Barroca e Rococó, o museu apresenta "um notável conjunto" de azulejaria espanhola e "um vastíssimo acervo" de azulejaria portuguesa, compreendendo todas as épocas e estilos.
Este imóvel classificado como monumento de interesse público é agora "um importante museu", segundo os promotores, que conta as "estórias e a história dos últimos séculos da azulejaria", através da exposição inaugural, intitulada "800 Anos de História do Azulejo", comissariada pelos especialistas Alfonso Pleguezuelo e José Meco.
O museu, instalado num palácio setecentista da cidade alentejana, é uma iniciativa conjunta da Coleção Berardo e da Câmara Municipal de Estremoz, no distrito de Évora.
"Nas primeiras salas do Museu Berardo Estremoz, o objetivo é mostrar que o azulejo é o melhor testemunho material do estreito vínculo que existia entre Espanha e Portugal no início da Idade Moderna. Portugal tornou-se, a partir do período Barroco, na primeira potência do azulejo no sul da Europa", indicou o comissário Alfonso Pleguezuelo.
José Meco considera que, "para além do magnífico conjunto de azulejaria levantina e sevilhana, a Coleção Berardo possui um vastíssimo acervo de azulejaria portuguesa, compreendendo todas as épocas e tendências, do qual uma larga seleção é apresentada em Estremoz".
A Coleção Berardo, segundo José Meco, é "muito diversificada, formada essencialmente por produções de Lisboa mas compreendendo igualmente exemplares de Coimbra e da região Porto-Gaia" e devem ainda ser destacados "vários conjuntos específicos de azulejos, entre os quais é possível evidenciar o dos painéis figurativos das diversas épocas, com destaque para os exemplares revivalistas e historicistas do início do século XX".
De acordo com o especialista, nesta coleção são ainda de destacar, as diversas "Figuras de Convite" barrocas, um número apreciável de "magníficos registos devocionais de fachada", desde os barrocos aos neoclássicos, "uma fortíssima carga de azulejaria seriada", incluindo albarradas barrocas e uma imensidade de elementos de padronagem, em especial do século XVII, pombalinos, do século XIX e da primeira metade do XX, e ainda uma variada coleção de azulejos de "figura avulsa", tanto do período Barroco como Modernista.
A Coleção Berardo, segundo José Meco, "compreende ainda um conjunto considerável de outros exemplares de azulejaria estrangeiros, não peninsulares, incluindo um grupo de azulejos holandeses do período Barroco, diversos exemplares industrializados, Arte Nova e Modernistas, e ainda algumas criações islâmicas, do Paquistão, Irão e Marrocos, igualmente apresentados neste museu", levando-o a iniciar o percurso da azulejaria no século XIII.
Neste museu presta-se homenagem ao mármore e ao mosaico hidráulico, duas artes ancestrais da região.
Neste contexto, foram convidados os escultores Paulo Neves e George Scheele que prestam homenagem ao mármore de Estremoz, através da apresentação de várias esculturas que demonstram "o vínculo milenar desta arte a esta região".
O Museu Berardo Estremoz propõe-se "a fomentar uma dinâmica cultural que gere fluxos de público diversificado, tornando-se um projeto emblemático e estruturante para a cultura, não só do Alentejo, bem como para Portugal".
Este equipamento museológico está instalado no Palácio dos Henriques, vulgarmente conhecido em Estremoz por Palácio Tocha, um imóvel classificado como monumento de interesse público e situado junto ao jardim municipal, no Largo D. José I.