A mostra, com desenhos, a lápis de cor, grafite e tinta da China, é comissariada por João Maria Gusmão e ficará patente até 10 de outubro naquele espaço museológico.
"Se nos visitarem no verão é certo que verão: porcos bísaros e chouriças, um cavalheiro em gestação, as barbas persas do diabo, focas cujos óculos não focam, a língua áspera da lua, um génio do cigarro e não da lâmpada, o vento meteórico dos indígenas das índias, o crescente fértil, a ponta venérea da flecha de cupido, a rainha branca e o rei do gelo", enumera o curador num texto sobre a exposição.
Um tigre a dormir, "[...] uma vitamina chamada aspirina, um enfermo dois enfermos três enfermos e uma enfermeira, vários estilos de alopecia e perucas e bigodaças façanhudas, um rato-queijo, um gelado mal-disposto, agora sim, um génio da lâmpada lamparina, chapéus em forma de tetina, uma lista de génios germânicos e de fidalgos sábios franceses", foram também inspiração para o artista neste conjunto de obras em desenho, segundo o mesmo texto.
Por ocasião da exposição foi lançado um livro com o mesmo título, editado por João Maria Gusmão, que é o terceiro volume dedicado ao artista, e que contém ensaios e ficções criados por Gabriel Abrantes, Alexandre Estrela e Pedro Paiva, com introdução do diretor do Museu de Serralves, Philippe Vergne.
Nascido em 1967, Gonçalo Pena tem vindo a criar, desde o início dos anos 1990, uma vasta coleção de desenhos com referências cruzadas em torno da figura humana, desde a religião, história, mitologia que liga à filosofia, política e assuntos sociais.
Em 2020, o artista apresentou em Lisboa, na Galeria Zé dos Bois, com curadoria de João Maria Gusmão e Natxo Checa, uma exposição de pintura, intitulada 'Metafísica' com trabalhos inéditos, e em 2012, na mesma galeria, 'Atol', também de pintura.
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