Com curadoria de Alberto Caetano e Rui Sanches, a mostra da obra plástica do artista português, nascido em Luanda, que se identifica com a autorrepresentação, ficará patente até 17 de junho, organizada com o apoio da Fundação Carmona e Costa.
Gaëtan expôs individualmente pela primeira vez em 1978 e participou, desde então, em múltiplas exposições coletivas, entre as quais a 21.ª Bienal de Paris (1980), "Drawing Towards a Distant Shore: Selections from Portugal", no The Drawing Center, em Nova Iorque (1994), e em "Meio Século de Arte Portuguesa, 1944-2004", no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, em Lisboa (2004).
Entre as suas exposições individuais destaca-se a que realizou em 1996, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
"Verdadeiro flâneur e um espírito livre, Gaëtan teve uma presença simultaneamente discreta e marcante no meio artístico português. Envolvido em variadas atividades, nunca encarou a sua produção artística com dedicação exclusiva e, muito menos, como uma carreira. Ela era uma das manifestações de uma forma de estar multifacetada, uma das maneiras como ele vivia plenamente a sua vida. Sempre curioso, questionando a existência e o seu propósito, de uma forma elegante, inteligente, generosa e bem-humorada", descrevem os curadores num texto sobre a exposição.
As exposições que Gaëtan realizou "eram sempre organizadas de forma extremamente rigorosa, tanto a nível da montagem e da ocupação do espaço, como da conceção de todos os materiais que a elas estavam associados", recorda a curadoria.
Por isso, justificam, tentaram mostrar a sua obra em desenho, focando aquilo que lhes pareceu ser o mais importante do seu legado, "mas selecionando criteriosamente as peças, sacrificando muitas vezes as obras" que teriam gostado de incluir, para, desta forma, conseguir que o resultado seja "um conjunto coerente e forte, como [o artista] teria feito".
Na Sociedade Nacional de Belas Artes vão estar patentes, entre outras obras, "Agnus Dei", de 1997, "Moosbrugger", de 1991, "Toucador", de 1981/85, e "Adèle H, six portraits", de 1997.
Gaëtan Oliveira "desenhou de forma regular e persistente o seu rosto, olhando-se ao espelho", realçam ainda os curadores, acrescentando que "os seus desenhos são registo de um encontro do autor com a sua própria imagem e a construção de personagens com que esse mesmo autor se identifica".
"É também evidente a componente paródica e derrisória, onde por vezes os próprios objetos ganham uma existência antropomórfica, substituindo-se ao seu criador, e onde se manifesta a sua faceta de provocador", acrescentam.
Gaëtan está representado em coleções públicas e privadas, nomeadamente no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, na Fundação Luso-Americana, na Caixa Geral de Depósitos, todas com sede em Lisboa, e no Museu de Arte Contemporânea, Funchal.
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