"É a grande exposição do museu [da Aquitânia] este ano. A exposição é feita à volta do 'Candelabro', uma grande obra pensada pelo artista Sebastião Michael Mendes, artista e professor de História de Arte, que era neto do Aristides de Sousa Mendes", afirmou Manuel Dias, co-presidente do Comité Aristides de Sousa Mendes em declarações à agência Lusa.
Esta peça em ferro, com pequenos ecrãs com fotografias e relatos dos sobreviventes do Holocausto salvos pelos diplomata português, que em 1940 concedeu vistos a mais de 30 mil pessoas em França, está instalada no grande 'hall' do museu, abrindo depois portas para a exposição que conta com documentos da cidade de Bordéus e dos arquivos franceses que relatam a invasão alemã.
O projeto desta exposição começou há muito por parte do Comité, e a sua realização foi impulsionada pelas homenagens prestadas ao antigo diplomata em Portugal, quando a sua entrada no Panteão em 2021.
"Apresentar no Museu da Aquitânia, uma exposição que dura seis meses, com grande investimento, não é uma coisa que se faz do pé para a mão. A panteonização do Aristides em Portugal ajudou, porque há mais de um ano e meio que falamos nisto", explicou o dirigente associativo.
Entre algumas relíquias da exposição está o leque da imperatriz Zita de Bourbon-Parma, que conseguiu fugir para os Estados Unidos com um visto concedido por Aristides de Sousa Mendes, assim como uma boneca portuguesa de trapos, que pertencia a Edith Stadlerova, que encontrou refúgio em Portugal quando tinha seis anos, também graças a um visto.
A exposição percorre a infatigável concessão de vistos entre Bordéus e Hendaia por parte do cônsul português, encerrando depois com o "O Cônsul Injustiçado", documentário de Diana Andringa, Teresa Olga e Fátima Cavaco, traduzido em francês.
O próprio Comité Aristides de Sousa Mendes deu formação aos técnicos do museu para melhor acompanharem as visitas guiadas e partilharem com os visitantes a história do cônsul de Portugal em Bordéus, com a exposição a manter-se até dia 02 de outubro.
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