Ateliê brasileiro distinguido com Prémio Début Trienal de Lisboa

O ateliê brasileiro de arquitetura Vão é o vencedor do Prémio Début Trienal de Lisboa Millennium bcp, no valor de 10 mil euros, pela "originalidade e compromisso com o ambiente", anunciou hoje a organização.

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Lusa
30/09/2022 19:27 ‧ 30/09/2022 por Lusa

Cultura

Arquitetura

Os prémios da 6.ª edição da Trienal de Arquitetura de Lisboa foram revelados numa cerimónia que decorreu na Academia das Ciências de Lisboa, com a presença de finalistas e premiados, incluindo a arquiteta Marina Tabassum, Prémio Carreira Trienal de Lisboa Millennium bcp, anunciado em julho.

Sediado em São Paulo, no Brasil, e fundado em 2013 por Anna Juni, Enk te Winkel e Gustavo Delonero, o ateliê "destacou-se pela sua originalidade, compromisso com o ambiente e elegância da sua obra, resultado da mestria do desenho arquitetónico e uma profunda compreensão dos materiais", segundo o júri.

Na sua obra, que integra desde projetos de habitação ao Museu de Arte Sacra, destaca-se uma fábrica de tijolos, em Alvaré, no estado de São Paulo, construída com 12 mil blocos de tijolos empilhados sem argamassa, usando como material o produto da própria fábrica, para evitar o impacto ambiental do transporte.

O processo de construção assemelhou-se a uma montagem, podendo ser integralmente reutilizado em caso da relocalização, enquanto a estabilidade do edifício foi obtida aumentando significativamente a volumetria das paredes, à semelhança das antigas construções megalíticas, descreve um texto da Trienal de Arquitetura.

Dez finalistas - escolhidos entre 95 candidaturas de 38 países - são os ateliês e profissionais individuais provenientes dos dois hemisférios do globo que estiveram na corrida ao Prémio Début, dirigido a uma prática profissional individual ou coletiva para impulsionar o crescimento intelectual e profissional de talentos emergentes numa fase crucial do seu percurso.

Os ateliês finalistas foram, além do vencedor, Atelier Tiago Antero (ATA), Portugal; Atelier Tropical - Valerie Mavoungou, Congo; Ben-Avid, Argentina; Messina/rivas architecture office, Brasil; Nana Zaalishvili, Georgia; Rohan Chavan, Índia; Savinova Valeria, Rússia; Spatial Anatomy, Singapura; Vertebral, México.

O júri dos Prémios Début e Carreira foi composto por Cristina Veríssimo, Diogo Burnay, N'Goné Fall, Yael Reisner e Zhang Ke.

Na cerimónia de hoje foram também reveladas as propostas vencedoras do Concurso Prémio Universidades Trienal de Lisboa Millennium bcp que, pela primeira vez, incluiu duas categorias, Mestrado e Investigação.

No total das duas categorias, 18 dos projetos candidatos estão integrados nas exposições centrais da 6.ª edição da Trienal e nove foram finalistas do prémio que tem como principal objetivo aproximar escolas e centros de investigação, incentivando a criação de novas pontes com a prática da arquitetura.

Pela "elevada qualidade e pertinência das propostas", o Concurso Prémio Universidades na categoria Mestrado foi atribuído ex-aequo a quatro propostas vencedoras.

Aquatic Livelihoods, da Universidade de Harvard, nos E.U.A., está patente na exposição "Visionárias" da Trienal; Coastal Interference, da Bergen School of Architecture, na Noruega, e The Theater of the People da Spitzer School of Architecture, City College of New York, nos Estados Unidos, encontram-se patentes na exposição "Multiplicidade".

Foi também distinguido "The (in)visible traces of the landscape", da École Nationale Supérieure d'Architecture de Versailles da Université Paris-Saclay, em França, apresentada na exposição "Ciclos".

Cada proposta vencedora recebe um prémio de mil euros.

Na categoria Investigação, o galardão - de âmbito internacional - foi para Biogenic Construction, do Institute of Architecture and Technology, que pertence ao The Royal Danish Academy, na Dinamarca, um projeto apresentado na exposição "Ciclos".

A 6.ª edição da Trienal de Arquitetura de Lisboa, intitulada "Terra", com curadoria-geral dos arquitetos Cristina Veríssimo e Diogo Burnay, vai apelar à ação ambiental até 05 de dezembro, através de quatro exposições, projetos independentes e debates com especialistas portugueses e estrangeiros em vários espaços da capital, segundo a programação.

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