Guiões inéditos do Teatro de Revista de 1851 e 1868 regressam em livro
Uma obra coordenada pela investigadora Eugénia Vasques dá a conhecer guiões inéditos de Teatro de Revista, alguns tidos como perdidos, todos representados entre 1851 e 1868, que agora 'regressam a cena' sob a forma de livro, pela Imprensa Nacional.
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Cultura Teatro
Intitulada "Te_tro de Revist_em Portug_l: Revist_s 'Perdi_s' e Outr_s (1851-1868)" - leia-se "Teatro de Revista em Portugal: Revistas 'Perdidas' e Outras (1951-1868)" -, a obra vai ser apresentada pelo encenador Filipe la Féria, no próximo dia 18, às 18:30, na Biblioteca da Imprensa Nacional, na Rua da Escola Politécnica, em Lisboa.
Este livro de 1.496 páginas inclui a transcrição de textos das revistas, e é um trabalho efetuado por docentes da Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC) de Lisboa, envolvendo investigadores de outras instituições de ensino superior, como as universidades de Lisboa, do Algarve e Nova de Lisboa, sob a coordenação científica de Eugénia Vasques, do Centro de Artes e Comunicação da Universidade do Algarve, crítica de teatro, autora de obras como "Mulheres que Escreveram Teatro no Século XX em Portugal" (2001).
"Te_tro de Revist_em Portug_l: Revist_s 'Perdi_s' e Outr_s (1851-1868)" dá "a ler, através de transcrição, os guiões inéditos de revistas julgadas e tidas por perdidas e imagens de revistas publicadas na época da estreia mas de acesso difícil ou, mais ainda, de incontornável importância no conjunto", afirma Eugénia Vasques na apresentação da obra, referindo ainda os ensaios de enquadramento e "análise histórico-artística e da exploração da bibliografia especializada".
A obra inclui três peças inéditas representadas em Lisboa, no então Teatro do Ginásio Dramático, ao Chiado, entre 1851 e 1853 - "Lisboa em 1850", "O Festejo de um Noivado" e "Qual deles os trará?", representadas, respetivamente, em 1851, 1852 e 1853 -, às quais se juntam "Fossilismo e Progresso" (1855) e "Revista de 1858".
Entre os textos recolhidos encontram-se ainda "Passado, Presente e Futuro" (1861), "Revista de 1862", "Revista (a Vapor)" (1866), "Revista de 1867" e "Revista Celebridades" (1868).
A recolha inclui igualmente "Os Melhoramentos Materiais", de 1859, "peça que foi censurada [...], mas que se mantém muito relevante porque denuncia, em prefácio, a natureza interesseira da censura".
A base deste trabalho é o espólio de manuscritos inéditos do arquivo da ESTC, proveniente do acervo documental do Conservatório Nacional, onde foi depositado o espólio do Teatro do Ginásio Dramático.
O presidente do Instituto Politécnico de Lisboa, Elmano Margato, realça em particular "o original da primeira peça de teatro de revista apresentada em Portugal", "Lisboa em 1850", levada à cena no Teatro do Ginásio em 1851.
Eugénia Vasques sublinha que se "encontram por descobrir - caso tenham existido! -- textos convencionais de Revistas, relativos" às décadas de 1850 e 1860.
Na distribuição dos papéis pelo elenco das revistas encontram-se atores como Izidoro (1826-1876), Taborda (1824-1909) e Lucinda Simões (1850-1928).
Além da coordenadora científica, Eugénia Vasques, professora jubilada da ESTC, colaboraram os investigadores Paulo Morais Alexandre, do Centro de Investigação e de Estudos de Belas-Artes, da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, o musicólogo David Crammer, da Universidade Nova de Lisboa, autor, entre outras, de "Música no D. Maria II: Catálogo da Coleção de Partituras" (2015), e Luísa Marques, bibliotecária da ESTC.
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