José Pedro Croft exibe obras dos últimos 2 anos no Museu Vieira da Silva
O artista plástico José Pedro Croft vai apresentar trabalhos em escultura, desenho e gravura produzidos, na sua maioria, nos últimos dois anos, a partir de 26 de janeiro, no Museu Arpad Szenes -- Vieira da Silva em Lisboa.
© Lusa
Cultura Lisboa
A exposição tem por título 'Et sic in infinitum' ('E assim até ao infinito', em tradução livre), e ficará patente nas salas das exposições temporárias da Fundação Arpad Szenes -- Vieira da Silva até 28 de maio.
Comissariada por Sérgio Mah, a exposição apresenta obras do artista nascido no Porto, em 1957, que "revelam elementos de círculos ou de circunferências, em planos mais abrangentes ou parcelares, submetidos a variações cromáticas, a cortes, descentramentos e sobreposições", descreve um texto do museu enviado à agência Lusa sobre a iniciativa que conta com o apoio mecenático da Fundação Vítor e Graça Carmona e Costa.
Deste modo, partindo de uma mesma forma básica e arquetípica, "o artista explora um imenso campo de possibilidades estéticas e percetivas, através de uma sucessão de permutações que indaga a volatilidade e a impermanência das formas".
O título 'Et sic in infinitum' é uma citação da frase que consta em cada um dos lados de um desenho de Robert Fludd (1574-1637), reproduzido num livro do cosmologista, matemático e físico.
Reconhecido como umas das primeiras representações da criação do universo, o desenho dá a ver um quadrado negro imperfeito, a imagem do pré-universo, do nada, do vazio negro e sem forma anterior ao evento da criação.
Em 1994, Croft apresentou individualmente grande parte do seu trabalho no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e, no ano seguinte, foi um dos representantes de Portugal na Bienal de Veneza.
A sua obra foi exposta em retrospetiva no Centro Cultural de Belém, em 2002, e foi galardoado com o Prémio Nacional Arte Pública e com o Prémio EDP Desenho em 2001.
Também a partir de 26 de janeiro, a Casa-Atelier Vieira da Silva apresentará a exposição "Grau Zero", um conjunto de 10 pinturas e desenhos da artista Catarina Pinto Leite.
Nascida em 1963, em Lisboa, onde vive e trabalha, a artista tem vindo, desde meados dos anos 1990, a desenvolver uma prática pictórica que resulta do seu interesse pela paisagem entendida enquanto modelo de representação.
"Através de um cuidado e sintético domínio técnico - assente na sua formação no restauro de pintura antiga - tem desenvolvido uma investigação plástica em torno das dimensões temporais e espaciais da paisagem, da sua exterioridade e da sua interioridade, dos seus limites e fronteiras e do quanto a sua presença pode ser aglutinadora da presença física do espectador e, mais particularmente, da constituição de um determinado olhar", aponta um texto da curadora, Ana Anacleto.
O conjunto de pinturas apresentadas no contexto da exposição "Grau Zero" resulta de várias tentativas de aproximação a esta dimensão e, "muito particularmente, a uma ideia de rarefação da paisagem instaurada a partir da sua quase invisibilidade".
Catarina Pinto Leite estudou pintura decorativa com a professora Joana Valdez durante dois anos - enquanto trabalhava como restauradora de pintura na Oficina de Conservação e Restauro (OCRE) -, e desenho e História da Arte na Sociedade Nacional de Belas Artes, e ainda pintura durante cinco anos na Arte Ilimitada.
Foi professora de Artes Plásticas durante seis anos num colégio em Lisboa e, desde 1996, expõe individual e coletivamente em diversos espaços, com o seu trabalho representado em coleções públicas e privadas.
No museu continua patente a exposição 'Pintura em Movimento', que tem por objetivo dar uma experiência imersiva e sensorial da obra da pintora Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), aliada ao som, com música original do compositor Rodrigo Leão, criada especialmente para esta animação da pintura da artista.
A exposição foi financiada pelo programa ProMuseus do Ministério da Cultura e contou ainda com o mecenato do BPI/Fundação 'La Caixa'.
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