Espetáculo em Valença usa arte como "grito de alerta" pelo planeta

A Academia de Música de Valença, no Alto Minho, apresenta no dia 24 um teatro musical com a participação de um coro da Galiza e apoio da comunidade das duas regiões vizinhas, num "grito de alerta" pela sustentabilidade.

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Lusa
06/06/2023 13:03 ‧ 06/06/2023 por Lusa

Cultura

Música

Em declarações à agência Lusa, a diretora e coordenadora artística da Academia de Música Fortaleza de Valença (AMFV), Ivone Ribeiro, afirmou hoje que o teatro musical, intitulado Selva de Lata, "explora a relação perturbada entre o ser humano e os ecossistemas".

"É um grito à necessidade de repensarmos a forma como estamos no nosso dia a dia (...) Podíamos pensar na poupança dos recursos naturais, que cada vez estão mais escassos. É a arte como meio de intervenção na comunidade em prol da sustentabilidade", sublinhou Ivone Ribeiro.

A diretora da AMFV acrescentou que o projeto artístico tem uma dimensão transfronteiriça, uma vez que a segunda cidade do distrito de Viana do Castelo forma "vive num contexto de eurocidade, com Tui, na Galiza".

"A Academia tem alunos do outro lado do rio Minho e decidimos apostar nessa dinâmica transfronteiriça. Tem como convidado especial o coro Mistura Vocal, da Galiza", apontou.

A vertente de envolvimento da comunidade das duas regiões vizinhas, orientada por uma equipa de cenografia, Cláudia Ribeiro e Patrick Hubmann, traduz-se na construção do cenário que vai ser montado nas muralhas de Valença.

"A equipa cénica dinamizou 'workshops' com a comunidade e associações. Por exemplo, foram construídas 120 árvores, 200 lagartas, um carro, um covil de leões e hienas. Tudo ganhou forma com os materiais que foram recolhidos em empresas e que tinham como destino a reciclagem. Estamos a utilizar esse lixo e a transformá-lo em peças artísticas. A sucata recolhida deu forma à nossa 'Selva de Lata'", sublinhou a diretora da AMFV.

O espetáculo, que vai decorrer no recinto da Fonte da Vila, na Fortaleza de Valença, às 21:30, "é uma adaptação do musical "O Rei Leão", no qual a arte, sob o mote da reciclagem, se mostra como ferramenta de intervenção na comunidade, em prol da sustentabilidade.

"As 12 personagens vão dar voz aos animais. O que diriam os animais sobre nós face ao que está a acontecer com o planeta. É esse o repto que queremos lançar", destacou.

Além das 12 personagens, em palco vão estar 267 elementos, desde crianças de 6 anos até adultos com 60, bem como 165 vozes dos coros e 90 músicos da orquestra sinfónica.

A banda sonora do musical do "Rei Leão" foi adaptada ao teatro musical, o guião foi reescrito por um dramaturgo da companhia de teatro Comédias do Minho, sendo que o elenco está a ser preparado pela encenadora Cecília Barbosa.

"Num cruzamento transdisciplinar, constrói-se uma narrativa musical que, através de um jogo teatral, se desenvolve numa selva estranha, feita de lata, com árvores de sucata, cheia de perigos e de desafios, com personagens que se reinventam nesse ambiente. A ação decorre num ambiente de texturas que dialogam com a contemporaneidade, convidando o espetador à sua reinvenção", referiu.

A AMFV completa 10 anos de atividade em 23 de setembro e conta com mais de 200 alunos. Os cursos ministrados na escola de ensino artístico, especializada na música, estão homologados pelo Ministério da educação desde 2014.

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