Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Castelo de Vide, António Pita, indicou que o espaço museológico dedicado ao cristão-novo natural daquela vila alentejana deverá ser inaugurado "no início de novembro".
"A área de museologia é da autoria de Teresa Nobre de Carvalho, que divide este espaço em duas alas: uma dedicada à vida de Orta na Europa e a outra em Goa, na Índia. A museografia está a cargo do Atelier Luís Afonso de Carvalho", lê-se numa nota enviada à Lusa pela autarquia.
Apesar de o centro de interpretação -- no edifício principal - ter o nome desta "grande figura" do século XVI, o edifício anexo irá acolher uma exposição permanente onde se vai destacar as memórias do imóvel, de traça Korrodi.
Nesse espaço vai ser dada ênfase à importância das termas, que foram o "primeiro cartaz turístico" de Castelo de Vide, bem como ao valor das águas, que "são abundantes" naquela região. António Maia Nabais é o museólogo responsável por este projeto.
"Com abertura prevista por ocasião do V Colóquio Diálogos Luso-Sefarditas, a realizar em Castelo de Vide nos próximos dias 09 e 10 de novembro, este projeto conta com um investimento de cerca de 1,5 milhão de euros e pretende ser mais um contributo na oferta turística da herança judaica desta vila", acrescentam na nota.
Garcia de Orta nasceu em 1501, em Castelo de Vide, tendo os seus pais sido expulsos de Espanha em 1942 pelos reis católicos por serem judeus.
Em 1568, morreu de sífilis, em Goa, e, embora nunca tenha tido diretamente problemas com a Inquisição, em 04 de dezembro de 1580 os seus ossos foram desenterrados e queimados em auto de fé juntamente com exemplares de um livro que escreveu.
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