O artista plástico colombiano Fernando Botero, cuja obra se destaca pela representação da figura humana em formas redondas e volumosas, morreu hoje, aos 91 anos, no Mónaco, revelaram o El País e a W Radio.
O artista era, segundo a revista Art Review, um dos artistas mais procurados do mundo.
De acordo com o El Tiempo e a W Radio, Fernando Botero morreu na sua casa no principado do Mónaco, esta sexta-feira, 15 de setembro, depois de ter sido afetado por uma pneumonia.
Fontes próximas ao pintor disseram ao El Tiempo que terá sofrido há vários dias complicações de saúde. Esteve inclusivamente internado mas pediu para ser transferido para sua casa.
Botero nasceu em Medellín em 1932 e é considerado o maior artista da Colômbia, tendo, através da arte, levado o nome do país às maiores cidades do mundo, como Nova Iorque, Paris ou Bilbao. A sua obra ficou marcada, sobretudo na escultura e na pintura, pela predominância da figura humana de formas redondas e volumosas.
Obras de Botero© Getty Images/Joaquin SARMIENTO
Fernando foi o segundo filho de David Botero Mejía e Flora Angulo Jaramillo.
Considerado um dos nomes mais conhecidos das artes colombianas, Fernando Botero expôs várias vezes em Portugal, nomeadamente em 2012, com a mostra de pintura e desenho 'Via Crucis', no Palácio da Ajuda, e em 1997, com uma exposição de esculturas na Praça do Comércio, ambas em Lisboa.
Em Lisboa, é possível ver uma escultura em bronze, intitulada 'Maternidade', no topo do Parque Eduardo VII.
Abordou também temas em resposta imediata à atualidade, como a violência do narcotráfico na Colômbia, que levou a uma série de pinturas em que representava o traficante Pablo Escobar capturado pela polícia, e a tortura na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, sob administração norte-americana, após a invasão de 2003.
"Penso muitas vezes na morte e entristece-me deixar este mundo e não poder trabalhar, porque tenho muito prazer no meu trabalho", afirmou o artista à agência France-Presse em 2012, quando cumpriu 80 anos.
Fernando Botero, que fez ilustração e cenografia, viveu nos Estados Unidos, mas em contra-corrente com a 'pop art'; estudou em Espanha, viveu em França e em Itália, onde descobriu os renascentistas - fez a sua própria interpretação volumosa de "La Gioconda", de Da Vinci --, admirou a arte pré-colombiana e os murais de Rivera e Orozco, mas construiu a sua própria identidade dentro da arte figurativa, ao ponto de ser designada de "Boterismo".
Para a filha, Lina Botero, Fernando Botero "teve uma vida extraordinária e desaparece no momento certo", como lembrou hoje à rádio colombiana Caracol.
Ao longo da carreira, Botero recebeu vários prémios e homenagens, como o Prémio Nacional de Artes da Colômbia, em 2000, e a Ordem Nacional da Legião de Honra da França, em 2004.
[Notícia atualizada às 23h29]
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