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'Afia a Língua', um "lembrete para a ameaça que a nossa democracia sofre"

Mila Dores é uma das concorrentes do Festival da Canção de 2024 e sobe ao palco já no próximo sábado, dia 24 de fevereiro.

'Afia a Língua', um "lembrete para a ameaça que a nossa democracia sofre"

A 58.ª edição do Festival da Canção começa já no próximo sábado, dia 24 de fevereiro. No total, são 20 os concorrentes a querer representar Portugal na Eurovisão, em Malmö, na Suécia.

O Notícias ao Minuto falou com os artistas em competição, entre os quais está Mila Dores.

Mila Dores nasceu no Porto e muito cedo entrou no mundo da música. Segundo a RTP, a formação começou aos cinco anos na Academia de Música de Vilar do Paraíso. Estudou piano e canto e, mais tarde, frequentou a Escola de Jazz do Porto. 

Em 2009, terminou a licenciatura em Jazz e Música Clássica Indiana no Leeds College of Music, no Reino Unido, e venceu o prémio Jovem Músico de Jazz. Durante a sua carreira, atuou ao lado de nomes do jazz britânico como Ian Shaw, Simon Purcell, Matthew Bourne e Evan Parker.

Já este ano, voltou às canções e já lançou os singles 'Não Te Ponhas a Jeito', 'Limão e Jasmin' e 'Deixa Arder', que fazem parte do seu próximo álbum com produção de Filipe Sambado. 

Porque é que quis participar no Festival da Canção? 

Aceitei o convite da RTP para participar porque me entusiasmou o desafio de compor uma canção para a edição dos 60 anos do festival no ano em que o 25 de Abril faz 50 anos, e porque me alegra a ideia de voltar a um palco tão divertido. 

Já era fã do Festival da Canção? E da Eurovisão?  

O Festival da Canção e a Eurovisão transportam-me para tempos felizes da minha infância. Víamos o festival na televisão em família e nos dias seguintes às transmissões cantávamos as canções na escola e brincávamos ao Festival da Canção. 

Qual é para si a melhor música de sempre do Festival da Canção?

A 'Desfolhada', cantada pela Simone de Oliveira. 

Que mensagem transmite a música 'Afia a Língua'?

'Afia a Língua' é uma canção sobre liberdade de expressão e sobre empoderamento. Além do significado literal da frase "vai gritar" que podemos ouvir no refrão, a canção é como se fosse um lembrete, ou uma chamada de atenção, como queiram, para a ameaça que a nossa democracia sofre nos tempos que correm. 

Consegue levantar um pouco o véu de como será a atuação?

Levantarei o véu na noite da atuação. 

Como estão a correr os ensaios? Com que frequência ensaia?

Os ensaios correm muito bem, é muito bom poder focar-me na performance a um ritmo quase diário.

De que forma olha para as restantes canções e intérpretes desta edição do Festival?

Olho para os meus colegas e as suas canções com muita admiração e camaradagem. São todas muito autênticas. 

Quais são as suas expetativas face à participação no Festival da Canção? O que seria um bom resultado?

Espero apresentar a canção mais do que uma vez, e que a mensagem passe a alta voz. 

Depois da participação no Festival da Canção, o que se segue? 

A curto prazo, a publicação do meu novo disco 'Brava', de que a canção 'Afia a língua' faz parte, e os concertos de apresentação em Lisboa e Porto que acontecerão a 15 e a 17 de março no Tokyo e no Novo Ático.

Que portas é que acha que o Festival da Canção pode abrir para o seu futuro?

Desde logo as do público, o Festival da Canção tem muitos entusiastas e isso é muito desafiador e estimulante. E claro, que mais palcos se abram para a minha música.

Leia Também: Vai ver o Festival da Canção? Fique a par da ordem das atuações

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