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'Salão Lisboa' põe hoje cidade em palco no Cinema São Jorge

A história de um lisboeta que ao longo de oitenta anos de vida tem sempre o mesmo fito - procurar o amor - é o centro da peça "Salão Lisboa", com texto e encenação de Fernando Heitor, a estrear-se hoje no Cinema S. Jorge.

'Salão Lisboa' põe hoje cidade em palco no Cinema São Jorge
Notícias ao Minuto

14:53 - 16/07/24 por Lusa

Cultura Lisboa

Três jovens protagonizam a figura principal da peça, que é gay, e que na impossibilidade de encontrar o amor "também por medo" acaba por ter em Lisboa a sua "única compensação de vida", disse à agência Lusa Fernando Heitor.

 

Andar pelas ruas, conhecer a noite. É "a única imagem que ele tem na vida" assim como a cidade onde nasceu, acrescentou o autor e encenador, sublinhando que no início da peça há algo de autobiográfico.

A ação deste "diário de um alfacinha" começa no início da década de 1950 e prolonga-se até "2030 e tal" -- portanto, "acaba no futuro". Em 1950 o protagonista "ainda era criança", observou Fernando Heitor.

Uma viagem pela cidade e pelas mudanças sofridas por esta ao longo dos tempos são também desfiadas na peça onde há ainda lugar para falar sobre a proibição de se ser homossexual antes do 25 de Abril de 1974, e que perdurou por mais oito anos.

A homossexualidade só foi descriminalizada em 1982, oito anos depois da Revolução dos Cravos, frisou Fernando Heitor, sublinhando só ter tido conhecimento deste facto agora quando escreveu o texto da peça.

Para ajudar à narrativa, o autor e encenador socorre-se de uma série de poemas sobre Lisboa de Mário Cesariny, David Mourão-Ferreira, Alexandre O´Neill, Fernando Pessoa, Luiza Neto Jorge, António Nobre, Al Berto, que são musicados pelo João Paulo Soares e interpretados em forma de canção.

Bernardo Souto, Flávio Gil e JP Costa protagonizam, em simultâneo, a figura central da peça que tem uma característica particular: não envelhece.

O facto de "nenhuma pessoa ser uma só, e perante uma situação" poder "sentir alegria, tristeza, o que quer que seja", levou Fernando Heitor a optar pela interpretação da personagem em simultâneo por três atores.

"E a personagem fica sempre jovem e não envelhece, porque é assim que ela se sente", concluiu o autor e encenador.

"Salão Lisboa" é uma espécie de salão onde um "homem só vê desfiar toda a sua vida, como se estivesse a assistir a um espectáculo onde fosse ator e espectador".

A obra marca o regresso do teatro ao Cinema S. Jorge, onde o ator e encenador teve em cena o trabalho anterior "Mário -- A história de um bailarino no Estado Novo".

"Salão Lisboa" tem coreografia de Cláudia Nóvoa.

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