Porto avança com classificação da fachada da casa de Almeida Garrett

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, avançou hoje que o município não vê "nenhum fundamento" para avançar com a expropriação da casa onde nasceu Almeida Garrett, mas que está um curso um processo de classificação da fachada.

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Lusa
16/12/2024 18:38 ‧ há 2 horas por Lusa

Cultura

Porto

"A Câmara do Porto não vê nenhum fundamento para avançar com uma expropriação. Se o Governo o entender fazer, tudo bem", afirmou o autarca, quando questionado pela CDU, durante a reunião do executivo, se seria possível salvaguardar o imóvel através de intervenção do Estado.

 

Aos vereadores, Rui Moreira garantiu que o município fez "tudo o que podia" para tentar adquirir o imóvel, depois de em março de 2019 a proposta da CDU para adquirir a casa e ali construir um polo do Liberalismo ter sido aprovada, mas que o valor proposto pelos proprietários, de cerca de quatro milhões de euros, impossibilitou a compra.

Apesar disso, o autarca independente disse estar em curso um processo de classificação da fachada do edifício onde, a 04 de fevereiro de 1799, nasceu Almeida Garret, e que o município "não ficou parado" quanto à intenção de avançar com o museu do Liberalismo na cidade.

Segundo Rui Moreira, a Quinta de Villar d'Allen, que irá passar para o município do Porto na sequência das alterações das fronteiras em curso com Gondomar, poderá vir a servir esse propósito.

"Já falamos com a família e está disponível para o uso de museu do liberalismo", assinalou.

Em meados de novembro, também durante uma reunião do executivo, o presidente da Câmara do Porto esclareceu que a avaliação externa solicitada pelo município indicava que a casa de Almeida Garrett valia cerca de 1,5 milhões de euros.

"Portanto, a avaliação diz que era legítimo que a câmara exercesse o direito de preferência se a transação, quando fosse decidida, nos fosse colocada por um valor dessa natureza. Por aquilo que sabemos, neste momento, a transação que está a ser feita é por qualquer coisa como 3,5 ou quatro milhões de euros", acrescentou o autarca.

Uma semana antes, o Porto Canal avançava que a casa do escritor tinha sido colocada à venda pela imobiliária portuense Metro3.

"O lote, à venda por 3,8 milhões de euros, tem 1.616 metros quadrados de área útil e inclui dois edifícios", indicava o Porto Canal, que contactou a imobiliária.

"Segundo a imobiliária, o lote já tem até projetos aprovados. "Tem PIP [Pedido de Informação Prévia] aprovado para edifício de apartamentos e comércio, com 13 frações, contando ainda com projeto de arquitetura para Hotel de Charme de 29 quartos e um restaurante, o que permite uma diversificação de abordagem para investimento", refere.

Os edifícios, situados na zona da Vitória, foram adquiridos em 2017 e 2018 pela sociedade anónima Midfield - Imobiliária e Serviços, com sede na Avenida da Boavista, e detida pelos membros do conselho de administração da Teak Capital, um fundo de investimento da família Moreira da Silva, segundo o Porto Canal.

Em 27 de abril de 2019, a casa onde o escritor nasceu e viveu cinco anos foi consumida pelas chamas de um incêndio que deflagrou durante a madrugada.

Leia Também: Rui Moreira lamenta saída de vereador da Economia da Câmara do Porto

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