Com cerca de 90 peças em exposição, a São Roque é a única galeria portuguesa a marcar presença nesta que é considerada uma das mais importantes feiras de arte, antiguidades e 'design' dos Estados Unidos, e cuja edição deste ano arrancou em 24 de janeiro e terminará no domingo.
"O balanço foi muito positivo, porque efetivamente a minha decisão de vir aqui foi dar a conhecer a São Roque aos museus americanos, porque embora alguns museus já tenham peças que nos compraram diretamente, a maioria dos ainda não nos conhecia", explicou Mário Roque, que viu a São Roque ser fundada pela sua mãe, Maria Helena Roque, há mais de três décadas.
"Portanto, tem havido imenso interesse, tenho vários contactos de museus, alguns interessados em adquirir peças. Mas a minha decisão de vir a Nova Iorque foi também para dar a conhecer aos americanos a arte portuguesa. Isto começou tudo há uns oito anos quando eu fui a Paris, visitar a Bienal, e percebi que desconheciam a arte portuguesa", contou à Lusa, em Nova Iorque.
Desde então, a galeria é presença regular em grandes certames da especialidade, como a Lisbon Art and Antiques Fair, na Cordoaria Nacional, na BRAFA Art Fair na Bélgica, em La Biennale des Antiquaires - Grand Palais, em Paris, e na TEFAF Maastricht, nos Países Baixos.
Nesse percurso, Mário Roque editou ainda um livro sobre a História de Portugal e dos Descobrimentos, apresentando as peças e o cruzamento de culturas em cada uma delas.
A São Roque especializou-se não só em Arte Portuguesa e Arte de Fusão Luso-Afro-Oriental dos séculos XVI a XVIII, mas também em pintura moderna e contemporânea portuguesa.
Entre as cerca de 90 peças apresentadas em Nova Iorque estão esculturas do Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro e uma rara colcha indo-portuguesa.
Ao longo da semana, em Nova Iorque, a São Roque concretizou algumas vendas e fez contactos com museus de todo o país.
"Fiz algumas vendas a particulares e acho que está a correr muito bem. A particulares não tenho vendido as peças mais caras, porque eles não conhecem a arte portuguesa, mas tem sido muito engraçado ver a receção. Todos têm-me dado os parabéns, porque isto é uma coisa nova cá nos Estados Unidos, este tipo de 'stand' só ligado à cultura e à arte portuguesas. Portanto, para eles é uma descoberta", disse Mário Roque.
"Já em relação a museus, [as aquisições] demoram mais tempo porque têm de ir às comissões para aquisição. A resposta dos museus, normalmente, só chega dois ou três meses depois", explicou ainda Roque, admitindo ter sido contactado por museus da Califórnia, Nova Jérsia, Colorado, entre outros estados norte-americanos.
Ao longo dos anos, a galeria tem sido distinguida com vários prémios. Em 2018, foi galardoada com o "Objeto de Exceção" da Bienal de Paris, com uma salva portuguesa de cobre esmaltado e dourado do século XVI com armas reais.
Na edição de 2021 da Lisbon Art and Antiques Fair, foi distinguida com o melhor objeto da Feira, com a Bacia de água-às-mãos, datada de cerca de 1500, segundo informação da própria galeria.
'The Winter Show' reúne mais de 70 expositores internacionais, apresentando obras que abrangem 5000 anos de história da arte.
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