"Esta instalação artística surge a partir do convite feito pelo Henrique Amoedo e a Maria João Rochete ainda no final do ano 2023, a propósito das comemorações dos 25 anos do Teatro Viriato", lembrou a artista.
Ângela Rocha disse que teve "muita liberdade de criação", com a premissa de "conceber uma instalação artística para o 'foyer' a homenagear os 25 anos do Teatro Viriato e reforçar a importância de diversificar formas de o público habitar e conviver com o lugar do teatro".
"Alimentava-se a vontade de que pudesse ser interativo e que fosse apelativo para qualquer idade", explicou.
Surgiu assim a exposição "O Teatro também é a nossa casa", que ocupará o 'foyer' até ao final deste ano.
Através de uma escala em miniatura, os visitantes são desafiados a descobrir 25 universos, tendo "em cada janela ou porta uma partilha, inspiração ou alimento à imaginação, um convite implícito à exploração e ao imaginário".
Para a construção do interior foram usados materiais provenientes do teatro, "para que a sua história lhe seja inerente", e a sua escala reduzida "implica sempre uma relação de proximidade", uma premissa que é comum à missão do teatro com a sua comunidade.
"A relação de proximidade e diálogo direto entre corpo e matéria é algo que me tem vindo a interessar cada vez mais no meu trabalho. E este convite vem proporcionar a continuidade da sua abordagem", afirmou Ângela Rocha.
Cada um dos compartimentos só poderá ser aberto pela chave mestra do Teatro Viriato, que ficará disponível para todos os viseenses a partir de sexta-feira.
O Teatro Viriato fará chegar cerca de cinco mil chaves mestras às caixas de correio, mas quem não a receber poderá solicitá-la na bilheteira.
"A chave é um objeto com uma carga simbólica grande, demonstra confiança, responsabilidade individual e tenta antecipar a ideia de encontro", considerou Ângela Rocha, fazendo votos de que as pessoas correspondam ao convite para descobrir esta instalação que foi feita a pensar no público.
A artista contou que, enquanto cenógrafa de espetáculos de teatro, se habituou a que o ator esteja no centro da ação, mas que se interroga muitas vezes como seria dar o papel principal ao espetador.
"Dar a ação ao público parece-me cada vez mais pertinente. A importância da manualidade é outra característica comum ao projeto que tem vindo a ser transversal na minha abordagem artística e profissional", frisou.
A construção da réplica esteve a cargo da empresa Movecho, que é mecenas do Teatro Viriato.
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