Teresa Tamen, diretora-geral do Centro Nacional de Cultura, entidade que representa em Portugal a organização europeia do património Europa Nostra, e o diretor do Palácio Nacional de Mafra, Mário Pereira, afirmaram à agência Lusa que os peritos quantificaram o projeto em dois milhões de euros, e que há vontade política de se avançar rapidamente com a intervenção.
"Os peritos puderam comprovar a importância e a urgência da execução do projeto. Todas as entidades envolvidas estão de acordo de que se trata de um projeto importante para o país e está tudo bem encaminhado para que o projeto se concretize em termos técnicos e financeiros", afirmou Teresa Tamen.
O diretor do Palácio Nacional de Mafra adiantou que "existe uma grande vontade política" para concretizar as obras, cujo processo para o lançamento do concurso internacional está em curso e atingiu um ponto "sem retorno".
O caderno de encargos foi concluído pela Direção-Geral do Património Cultural, de modo a que o concurso seja lançado "no início de 2015". Depois da adjudicação, as obras vão decorrer durante 18 meses.
Além dos dois milhões de euros, que o secretário de Estado da Cultura anunciou em maio que tem disponíveis no Fundo de Salvaguarda do Património para a intervenção, mas que precisam de ser desbloqueados pelo Governo, os novos fundos comunitários constituem outra das fontes de financiamento definidas.
A agência Lusa procurou obter esclarecimentos junto do gabinete do secretário de Estado da Cultura e continua à espera de uma resposta.
A comitiva que cumpriu a visita técnica aos sinos e carrilhões de Mafra, iniciada na passada terça-feira, foi composta por peritos nacionais e internacionais, da Europa Nostra e do Banco Europeu de Investimento, e teve no programa visitas ao palácio e reuniões com entidades locais e nacionais, entre as quais se contam técnicos do gabinete do secretário de Estado da Cultura e da Direção-Geral do Património Cultural.
O diretor do Palácio adiantou à Lusa que a visita de três dias permitiu evoluir, com detalhe, nos projetos técnicos.
Desde maio que os carrilhões e sinos do Palácio Nacional de Mafra figuram entre os sete monumentos mais ameaçados da Europa, uma atribuição da Europa Nostra que veio alertar para a urgência das obras e mobilizar entidades públicas e privadas, a nível nacional e internacional, para se encontrar o financiamento necessário a uma rápida intervenção.
Os dois carrilhões e os 119 sinos, pesando, o maior, 12 toneladas, constituem o maior conjunto sineiro do mundo, sendo, a par dos seis órgãos históricos e da biblioteca, o património mais importante do palácio.
Apesar da importância patrimonial, alguns sinos encontram-se presos por andaimes para não cair.
Em 2013, o palácio somou 244 mil visitantes.