Karren Brady explicou, num artigo publicado no jornal The Sun, que os clubes do escalão máximo do futebol inglês estão de acordo em terminar a temporada, que foi suspensa devido à pandemia, mas referiu que um jogo envolve muitas pessoas.
"Todos os que estão no estádio, mesmo num jogo à porta fechada serão entre 300 a 500 pessoas, têm de responder a questionários de saúde, medir a temperatura e manter a distância social. Tudo isto se pode organizar, mas caso um jogador se lesione para onde o enviamos? Não pode ser para o sistema nacional de saúde que já está sob pressão", salientou.
A vice-presidente do clube da 'Premier League' disse que num estádio têm de estar agentes da polícia, segurança, 'staff' de apoio, equipas médicas, treinadores, jogadores e comunicação social.
"A polícia é necessária, mesmo com jogos à porta fechada. Alguns adeptos vão deslocar-se para o estádio, mesmo que não possam entrar. Mas temos de perceber que a polícia vai tentar que os jogos não retirem recursos necessários para outras situações", afirmou.
A Liga inglesa foi suspensa em 13 de março, quando estavam decorridas 29 jornadas. O governo britânico já anunciou que vai prolongar por pelo menos mais três semanas o regime de confinamento obrigatório, que só permite às pessoas saírem de casa para a compra de bens essenciais, como alimentos ou medicamentos, fazer exercício, ajudar pessoas vulneráveis ou trabalhar, se não for possível fazê-lo remotamente.
Karren Brady disse ainda que não sabe quanto tempo será necessário para que os jogadores estejam em condições de competir, tendo em conta o tempo de paragem.
"Os jogadores têm conseguido manter alguma atividade física em casa, mas com as regras de confinamento, os treinos não estão autorizados. Por isso não sei em que condições podem estar caso a liga seja retomada, como desejamos, em junho", acrescentou.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 154 mil mortos e infetou mais de 2,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 497 mil doentes foram considerados curados.
No Reino Unido, a doença já provocou 15.464 mortos e mais de 114 mil casos confirmados de infeção.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.