Foi há precisamente 26 anos que Ayrton Senna deixou o mundo em choque. O automobilismo ficou de luto após a perda de um dos maiores talentos de sempre da Formula 1. No dia 1 de maio de 1994, em Ímola, no Grande Prémio de São Marino, Senna não resistiu aos ferimentos do despiste com o seu Williams FW16 na curva Tamburello.
O momento fatídico que foi antecedido por vários acidentes
Foi um fim de semana negro em Ímola. Na sexta-feira, Rubens Barrichello, na altura um jovem a dar os primeiros passos na Formula 1, foi vítima de um grave acidente. O brasileiro ficou apenas com algumas escoriações e o nariz fraturado, mas isso foi o suficiente para que não pudesse correr na prova de domingo.
Porém, o pior estava para vir. Roland Ratzenberger despistou-se na qualificação de sábado, e após perder o controlo do carro na curva Villeneuve, todos perceberam que se tratava de algo grave. O piloto austríaco foi levado para o hospital e morreu oito minutos depois, confirmando-se o pior cenário possível. O ambiente tornou-se pesado e as dúvidas começaram a ecoar na cabeça de todos os pilotos: Deveria ou não haver corrida? Senna, como um dos pilotos mais velhos, reuniu o grupo e a decisão final foi a de que todos iriam correr.
No entanto, diz quem o viu na manhã daquele domingo que o tricampeão mundial estava visivelmente agastado emocionalmente. Já na corrida, o safety car entrou em pista logo nas primeiras voltas e, à sexta volta, a corrida reiniciara. Senna fez a melhor volta da corrida na sétima volta do GP de São Marino e deu início àquela que foi a última volta na Formula 1, a última volta da sua vida.
Na curva Tamburello, seguiu em frente, perdeu o controlo do carro a cerca de 300 km/h e foi embater no muro. Senna foi retirado do carro pelo Professor Sid Watkins, neurocirurgião pertencente aos quadros da Comissão Médica e de Segurança da Formula 1 e chefe da equipa médica da corrida. Recebeu de imediato os primeiros socorros na pista até que foi levado de helicóptero para o Hospital Maggiore em Bolonha, onde poucas horas depois foi declarado o óbito.
Imagens que certamente deixaram milhões de fãs e adeptos emocionados…
Um legado que ficará para sempre
Em 1974, Ayrton Senna começou a dar os seus primeiros passos no automobilismo. Desde cedo, nos karts, o brasileiro deu nas vistas e o trilho que percorreu andou sempre de mãos dadas com o sucesso.
Em 1983 fez o seu primeiro teste num monolugar de Formula 1. Senna conduziu um Williams e, sem mais nem menos, bateu o recorde da pista de Donington Park. No ano seguinte começaria então a sua jornada na categoria mais alta do automobilismo.
Foi na Toleman que Ayrton Senna se estreou e logo na sua segunda corrida vieram os primeiros pontos na Formula 1. Senna começou a dar nas vistas, conseguiu pódios logo no seu primeiro ano e em 1985 deu o salto para a Lotus, onde fez três temporadas. No dia 21 de abril desse ano, eis que chega a primeira vitória e logo num Grande Prémio bem conhecido por todos nós: o de Portugal. A primeira, e tão desejada, vitória de Senna aconteceu no circuito do Estoril, depois de uma corrida difícil e feita à chuva.
Para vencer o seu primeiro título mundial, Senna ainda teve de esperar algum tempo. Depois de dois quartos lugares e um terceiro lugar alcançados na Lotus, foi apenas em 1988, com a sua mudança para a McLaren, que o brasileiro conseguiu lutar pelo título.
Uma nova equipa, um novo carro e uma nova rivalidade – com Alain Prost – que muitos consideram uma das maiores rivalidades de sempre na Formula 1. Senna batalhou com o francês pelo título mundial e levou a melhor em 1988. O primeiro de três títulos…
Em 1989, Senna não conseguiu bater Prost e foi vice-campeão, recuperando o título no ano seguinte, levando a melhor novamente sobre o rival francês, que se havia mudado para a Ferrari. Em 1991, revalidou o título, tornou-se tricampeão mundial, e seria então o último conseguido por Senna na F1.
Um campeão que partiu cedo demais. Carismático, ídolo para muitos no Brasil, Senna foi um dos pilotos que mais fãs empolgou ao longo dos anos na Formula 1. Não só pelos títulos nem pelas vitórias, mas pela abordagem agressiva, pela condução, pela mestria atrás do volante, o brasileiro tornou-se uma lenda e, como diz o povo, as lendas nunca morrem.