João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, em entrevista ao jornal Record, aborda este domingo a decisão do executivo liderado por António Costa de fazer regressar apenas o futebol da I Liga.
Em declarações ao diário desportivo, o governante dá a entender que ainda não é transparente que a Liga possa ser concluída, lembrando que, acima de tudo, primeiro terá sempre de vir a saúde pública.
"A posição do Governo sempre foi de não deixar nenhum sector para trás, e o Desporto é algo muito importante, que também não pode ficar para trás. O comentário a que se refere foi mesmo no início de tudo isto, em que estávamos preocupados, ainda a perceber o que tínhamos para fazer, de que forma tínhamos de trabalhar para iniciar o combate a esta pandemia, sobretudo na contenção inicial que fomos obrigados a fazer. O primeiro-ministro disse isso porque na altura havia quem entendesse que a competição poderia continuar. Foi suspensa, como de resto todas as atividades, e agora nesta fase em que foi levantado um conjunto de restrições, também se aplicaram ao Desporto", começou por explicar Rebelo.
"O primeiro-ministro quando fala de retrocessos, fala de uma forma geral. A ideia é ir avaliando. Imaginemos que se consegue perceber uma correlação com um aumento muito significativo do número de infetados… nesse caso, podem ser tomadas medidas que signifiquem retrocessos. Há um trabalho que está a ser feito entre a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Direção-Geral da Saúde (DGS), com técnicos e especialistas. O que o Governo diz é que há a possibilidade de, no final de maio, retomarem as competições da 1ª Liga e Taça de Portugal, desde que sejam verificados um conjunto de pressupostos", explicou o secretário de Estado.
"Dia 4 de maio [amanhã] vão abrir as lojas de comércio de rua. Isso vai implicar um menor confinamento. Vamos supor que, passados alguns dias, se verifica algo de anormal no número de infetados. Isso pode significar um retrocesso e não tem a ver com futebol. A questão do futebol em concreto tem a ver com um conjunto de pressupostos que estão a ser trabalhados entre a FPF, a própria Liga e a DGS. Se não forem concretizadas até final de maio… O que está anunciado é a possibilidade da retoma, não é a garantia absoluta de que isso vai acontecer", afirmou para completar.
"A Liga entregou-nos um plano, trabalhado com especialistas de Saúde, mas não num cruzamento com a DGS. Foi na reunião de sexta-feira passada [dia 24], que juntou a FPF, a ministra da Saúde, o ministro da Educação, que tutela o Desporto, eu próprio... foi quando se iniciou o cruzamento da FPF com a DGS. Estávamos a trabalhar de uma forma geral no Desporto, porque essa sexta-feira era o último dia que tínhamos dado às federações para apresentarem os seus planos", sentenciou sobre este assunto.