Jorge Nuno Pinto da Costa fez uso do editorial que assina na mais recente edição da revista Dragões para defender que, apesar de toda a "polémica", o campeonato nacional de futebol deverá mesmo vir a ser disputado até à última jornada.
O líder máximo do FC Porto deixa, no entanto, uma "declaração de interesses", reconhecendo que, para o clube, "terminar imediatamente o campeonato até podia ser positivo, tanto ao nível desportivo como financeiro".
"Como fomos a melhor equipa nos 70% dos jogos que já se disputaram, concluiríamos a época no primeiro lugar, o que, tanto quanto sei e como vi acontecer em França, dá direito ao título de campeão nacional", começou por escrever.
"Dessa forma, garantiríamos ainda a entrada direta na Liga dos Campeões e um encaixe significativo. Mas não terminar a época sempre foi, para o FC Porto, uma opção a considerar apenas em último recurso", acrescentou.
No entanto, o presidente do conjunto azul e branco defende que "existem condições" e é "importante" que a I Liga seja retomada, até porque "dificilmente algum trabalhador deste país poderá voltar a exercer a sua profissão em maior segurança do que os futebolistas, que não pertencem a grupos de risco, têm acompanhamento clínico permanente e voltarão à ação protegidos por um conjunto muito rigoroso de medidas".
"Também me parece indiscutível que o futebol desempenha um papel relevante, ainda que muitas vezes desprezado, na sociedade portuguesa. Ser uma atividade económica com um certo peso no PIB nem é o que mais conta. É o impacto que tem na vida de milhões de pessoas, a forma como ajuda tanta gente a ter dias menos difíceis, as alegrias que por milhões de razões proporciona e que para muitos são as únicas", refere.
"O futebol tem uma função social que só um ignorante pode desprezar e que deve ser preservada na medida do possível. No caso do FC Porto, desejamos voltar a jogar e lutar como sempre para oferecer aos nossos adeptos dois troféus que eles tanto merecem. Tenho plena confiança de que isso acontecerá", conclui.