Joaquim Rodrigues, cunhado de Paulo Gonçalves, numa longa publicação nas redes sociais, contou como tem vivido desde a morte do piloto português.
Assumindo ter vivido uma fase negra na lusa vida, Joaquim Rodrigues assume ter entrado em depressão e, por causa disso, ter perdido muitas pessoas da sua vida.
"Quatro meses e 11 dias passaram desde o momento em que a minha família sofreu provavelmente o maior choque das nossas vidas e estes meses tem sido arrasadores, pela minha querida irmã e meus sobrinhos e afilhada que perderam o maior pilar da vida deles, o marido e pai", afirma numa primeira fase do seu texto.
"Tenho vivido este sofrimento arduamente, principalmente por tudo que vivi naquele deserto da manhã de domingo do dia 12 de janeiro, domingo esse em que vivi o maior trauma da minha vida onde o desespero de o ter ali deitado nos meus braços enquanto todos tentávamos o trazer de volta entre os gritos e choro sentindo-me impotente, chamando pela minha irmã, não querendo acreditar que estava a ser real e pensando que estava num filme ou em algum pesadelo, pesadelo esse que me vem perturbando psicologicamente até hoje, que me levou a acordar a meio da noite, a chorar assustado agarrado à minha companheira, perdido sem saber para onde me virar... Passei quatro meses sentado no sofá a entrar em depressão profunda a cada dia que passava, com vontade de desistir de tudo, entrando num estado onde as pessoas que estavam comigo falavam para mim e eu não ouvia porque minha cabeça estava num mundo ou planeta completamente diferente do mundo real. Fiquei sozinho, fechado no meu mundo depressivo... Ganhei 10 quilos... Com isto tudo acabei por perder pessoas importantes na minha vida e fiquei completamente sozinho e perdido", conta, deixando depois uma mensagem de esperança quanto ao futuro.
"Chegou a hora de voltar a mexer, perder os quilos que tenho a mais e mudar de hábitos, por isso decidi sair deste buraco negro e vou voltar ao Dakar! Vou continuar em honra do Paulo, meu amigo, meu parceiro, e minha família", sentencia Joaquim Rodrigues.