O Sporting de Braga é a primeira equipa a garantir o apuramento para a final da Taça de Portugal. Os arsenalistas estavam em desvantagem, graças ao empate a uma bola cedido na receção ao FC Porto, mas não se deixaram intimidar e foram ao Dragão vencer, por 3-2, e dar a volta à eliminatória.
Um triunfo que conquistou ao fim de... 19 minutos. Foi quanto tempo bastou para Abel Ruiz fazer o gosto ao pé por duas vezes (mandando uma bola à barra pelo meio) e para Lucas Piazón marcar um pontapé-livre de forma exímia, provocando um ambiente de 'cortar à faca' no reduto azul e branco.
Uma entrada avassaladora do Sporting de Braga, sim, com uma velocidade impressionante na circulação de bola e com uma eficácia invulgar. Mas houve também muito a apontar a um FC Porto que continua a demonstrar graves falhas defensivas, poucas vezes vistas durante o 'reinado' de Sérgio Conceição.
Ciente de que era preciso fazer muito mais para evitar o 'desastre', o treinador azul e branco mexeu bem cedo, retirando Marko Grujic e o lesionado Chancel Mbemba para lançar Zaidu Sanusi e Mehdi Taremi, dando nova profundidade ao corredor esquerdo e repondo a habitual 'companhia' de Moussa Marega.
O FC Porto melhorou ligeiramente e reduziu distâncias aos 30 minutos de jogo, por intermédio de Otávio. A 'chama' da esperança do apuramento para a próxima fase ganhou nova força, ainda para mais quando, logo de seguida, Artur Soares Dias deu ordem de expulsão a Cristián Borja por falta sobre Moussa Marega.
Em desvantagem, os minhotos recuaram linhas e passaram por um autêntico 'massacre' no segundo tempo, quando praticamente não saíram da própria grande área. Matheus foi defendendo o que pôde, até que, aos 35 minutos, saiu em falso e deixou a bola nos pés de Moussa Marega, que aproveitou para marcar o último golo da noite.
O Sporting de Braga está, assim, na final da prova-rainha do futebol português. Esta quinta-feira, os homens de Carlos Carvalhal ficarão 'agarrados' ao televisor a assistir ao Benfica-Estoril, de onde sairá o adversário que terão pela frente. Os encarnados, recorde-se, jogam na Luz, com uma vantagem de 3-1.
Figura
Lucas Piazón assinou um jogo 'monstruoso', tanto com como sem bola. Assistiu Abel Ruiz no primeiro golo da noite, 'roubou' a bola a Malang Sarr no lance que culmina no segundo, e ainda cobrou com mestria o pontapé-livre que originou o terceiro. Após a expulsão de Borja, deu-se ao sacrifício e deu uma preciosa ajuda à equipa na hora de defender.
Surpresa
Sérgio Conceição voltou a lançar o filho, Francisco Conceição, na hora de maior aflição, e este voltou a ser um elemento preponderante na manobra ofensiva do FC Porto. Com o Sporting de Braga cada vez mais recuado, foi dos que foi encontrando mais maneiras para 'abrir a lata'. Começa a 'pedir' cada vez mais minutos...
Desilusão
Malang Sarr terá assinado, porventura, a pior exibição desde que chegou ao Dragão. Pareceu sempre perdido em campo, atingindo o ponto mais baixo quando perdeu a bola no lance que originou o 2-0. Se defensivamente foi mau, ofensivamente, então, nada acrescentou enquanto atuou do lado esquerdo da defesa.
Treinadores
Sérgio Conceição: Mexeu na equipa, optando por deixar Moussa Marega sozinho na frente e colocando Jesús Corona e Luis Díaz nas alas, mas a exibição desastrosa no plano ofensivo obrigou a regressar ao plano habitual ainda antes da meia-hora de jogo. Mais uma fraca exibição do FC Porto, que não fez por merecer outro resultado que não a derrota.
Carlos Carvalhal: Grande entrada em campo do Sporting de Braga, deixando o FC Porto 'aos papéis' com as consecutivas e rápidas trocas de bola na frente de ataque. Valeu aos dragões o facto de Borja ter sido expulso logo aos 34 minutos, porque, a continuar o jogo como estava, adivinhava-se um cenário muito desfavorável.
Árbitro
Noite complicada para Artur Soares Dias, que começou desde logo com a expulsão de Borja. Primeiro, mostrou-lhe o cartão amarelo, e depois recorreu ao VAR para mostrar o vermelho, num lance que oferece algumas dúvidas, uma vez que Moussa Marega não seguia na direção da baliza. Mais adiante, o avançado maliano viria a pedir grande penalidade por duas vezes, tendo o juiz ignorado (e bem) em ambos os casos.
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