A declaração surge a dias da UEFA anunciar o formato previsto para a competição, que tem sido alvo de intensas negociações, nomeadamente com a Associação de Clubes Europeus (ECA).
"O plano de reestruturar a Liga dos Campeões baseado no aumento do número de jogos, introduzindo uma qualificação baseada em resultados passados e envolvendo a apropriação dos direitos comerciais da competição ameaça a integridade de todo o nosso desporto", escrevem os grupos de adeptos numa carta dirigida a Andrea Agnelli, presidente da ECA.
Os signatários acusam Agnelli, também presidente da Juventus, de querer "alargar o fosso entre os ricos e os restantes, de destruir os calendários nacionais e de querer obrigar os adeptos a gastarem mais tempo e dinheiro para seguirem o seu clube".
Os grupos de adeptos garantem não ter tempo ou dinheiro "para investir nas fantasias ou financiar a ganância ilimitada dos clubes".
A carta, que é assinada por grupos de adeptos de vários clubes, entre os quais Lyon, Arsenal, Manchester United, Bayern Munique e Real Madrid, considera a reforma como "uma tentativa de assumir o controlo do futebol europeu".
"Somos adeptos de hoje e não queremos mais jogos europeus", referem os signatários, apelando a "ligas nacionais fortes e competitivas" e a "uma distribuição mais equitativa da riqueza no futebol".
O novo formato da Liga dos Campeões, que deverá ser anunciado em breve, prevê o aumento de 32 para 36 equipas, numa liga única, em que cada equipa vai jogar 10 jogos contra adversários equilibrados, baseado no 'ranking' das equipas, na primeira fase.
Os oito primeiros classificados avançariam para a fase seguinte, enquanto os 16 seguintes disputariam um 'play-off' a duas mãos para completar o lote de apurados.